Como os dados de golaços e passes viajam do Qatar para a América Latina

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De quatro em quatro anos, entusiastas do esporte em todo o mundo sentem uma extrema emoção e paixão por um evento esportivo específico… a Copa do Mundo. Enquanto alguns fãs têm a sorte de torcer presencialmente por suas seleções, muitos precisam torcer de longe. Graças às redes de alto desempenho que vem sendo preparadas há anos para funcionar sem problemas e chegar a todos os cantos da nossa região, os torcedores que estão em casa podem assistir a cada partida sem perder os "golaços" de estrelas como Messi ou Neymar.

Em comparação com a Copa do Mundo de 2018, o evento deste ano tem dois diferenciais que fazem dele uma experiência única para todos os espectadores, estejam eles em casa ou presencialmente: a chegada do 5G e o aumento exponencial da capacidade do sistema de cabos submarinos. Nos últimos quatro anos, as redes se transformaram para atingir velocidades ultra altas de até 800 Gb/s por canal, em comparação com 400 Gb/s na Copa do Mundo de 2018. Quando o início do evento ocorreu em 20 de novembro no Al Bayt Stadium, mais de 40% dos 5 bilhões de espectadores estavam conectados a serviços de streaming por meio de suas Smart TVs, tablets, computadores e smartphones. O desempenho da rede está permitindo que assistam a todos os gols de seus jogadores favoritos em campo, quase em tempo real.

Uma bola que rola pelo mundo, no fundo do mar

Segundo a TeleGeography, nos últimos quatro anos, a capacidade de transporte de dados dos cabos submarinos na América Latina aumentou a uma taxa de 30% ao ano, com a chegada de 19 sistemas de cabos. Isso é significativo porque mais de 95% da conectividade global depende fortemente dos mais de 400 cabos submarinos em operação hoje, abrangendo mais de 1,3 milhão de quilômetros.

Para entender melhor o papel vital dos cabos submarinos para nossa região, vamos nos aprofundar na jornada dos dados que estão partindo do Qatar. Quando as câmeras gravam o primeiro gol do jogo, o vídeo, os replays, o áudio e as estatísticas capturadas viajam para os data centers em questão de milissegundos para serem processados. Esses dados são então encaminhados para a estação submarina mais próxima, onde eventualmente entram em um cabo submarino transatlântico de alta capacidade, rumo à América Latina. Em seguida, cruzam redes terrestres para data centers próximos na região, que por sua vez enviam o primeiro "golaço" para o dispositivo de cada torcedor.

A evolução da tecnologia de rede está trazendo uma melhor qualidade de experiência para os consumidores. Na América Latina, o setor – incluindo operadoras de cabo e rede, bem como provedores de internet e conteúdo – vem preparando suas redes para uma demanda significativamente maior de dados, permitindo uma melhor experiência visual. A demanda por transporte de dados com maior capacidade e menor latência continuará aumentando em todo o continente para grandes eventos como a Copa do Mundo e as Olimpíadas, assim como o aumento contínuo do uso diário de internet e serviços de streaming.

O futuro da Copa do Mundo

Segundo a GSMA, em termos de conectividade, o Qatar está em uma posição muito boa, pois é um dos seis países onde o 5G cobre mais de 80% da população. Embora isso signifique que o país possui a infraestrutura necessária para oferecer acesso à Internet de alta velocidade e alta capacidade aos visitantes, também significa que estamos vendo, pela primeira vez, como a nova tecnologia melhora a experiência de assistir uma Copa do Mundo remotamente. Além disso, de acordo com a Digital TV Research, o número de assinantes de vídeo sob demanda deverá crescer de 42 milhões em 2016 para 116 milhões em 2026. Portanto, empresas de toda a região estão começando a investir na tecnologia necessária para a utilização de experiências virtuais, como o metaverso, que mudará o mundo dos esportes.

Com a próxima Copa do Mundo a ser disputada no México, Canadá e Estados Unidos em 2026, os avanços tecnológicos que estão por vir são empolgantes para a região da América Latina. Enquanto olhamos para o futuro da rede, a Copa do Mundo de 2026 deverá ser o primeiro ano em que os fãs poderão aproveitá-la melhor estando totalmente imersos no metaverso.

Embora alguns torcedores possam não conseguir comparecer presencialmente a um jogo no Qatar, dentro de apenas alguns anos, novas tecnologias, juntamente com a ampla adoção do 5G e maior capacidade dos cabos submarinos, ajudarão a replicar, no conforto do seu sofá, as sensações de estar no estádio. Será um marco para um evento desta magnitude.

Carlos Hernandez, Diretor Sênior de Vendas Regionais da Ciena.

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