O presidente da Sonae, Belmiro de Azevedo, disse que, se seu grupo tiver sucesso em adquirir a Portugal Telecom, que detém 50% de participação acionária da Vivo, vai negociar com a Telefônica, que detém os outros 50%, o futuro da operadora de celular, por considerar que a empresa brasileira precisa de um só dono.
Em entrevista ao jornal espanhol Expansión, publicada nesta quarta-feira (17/1), Azevedo defende que a joint venture da Portugal Telecom e da Telefônica no Brasil, "é uma empresa com uma gestão partilhada, em que ninguém manda realmente e isso não interessa nem à Telefônica nem à Portugal Telecom".
O presidente da Sonae reitera a disponibilidade da Sonaecom, braço de telecom do grupo Sonae, para comprar a parte da Telefônica na Vivo, caso a operadora espanhola exerça o direito de venda da sua posição (50%) devido à mudança do controle da gestão. "O importante é que a Vivo tenha um só dono, seja a Telefônica ou a Portugal Telecom, porque senão a destruição do valor da operadora será permanente", afirmou Azevedo, ao dizer que considera "incrível" que a Vivo tenha perdido 6% de participação de mercado em um ano.
Azevedo salienta que a Telefônica não é uma empresa que esteja habituada a ter participações minoritárias e, por isso, acredita que o grupo espanhol vai votar a favor da ?desblindagem? dos estatutos, uma alteração fundamental para o sucesso da oferta pública de aquisição (OPA) lançada no ano passado pela Sonaecom e de que é alvo a Portugal Telecom. A Telefônica detém 9,96% da Portugal Telecom.
Sobre o preço da OPA, lançada em fevereiro de 2006, Azevedo assegura que vai manter a oferta de 9,5 euros por ação, apesar de o valor da Portugal Telecom no mercado estar acima. "Vamos pagar um preço adequado e justo", disse o empresário, o homem mais rico de Portugal.