Os dois principais executivos da Telecom Italia e da TIM em nível mundial estiveram no Brasil para conhecer a operação local e dizer ao governo que a empresa seguirá atuando de forma independente de qualquer outro grupo, aumentará investimentos no país e está em busca de novas oportunidades.
A independência se refere à Telefónica, acionista da Telecom Italia, e à Vivo, onde a Telefónica é sócia. Gabriele Galateri di Genola, chairman da Telecom Italia internacional, Franco Bernabè, CEO da Telecom Italia, e Mario Cesar Araujo, presidente da TIM Brasil, estiveram nesta quarta, 16, e quinta, 17, com o presidente da Anatel, embaixador Ronaldo Sardenberg, com a presidente do Cade, Elizabeth Farina, com a ministra Dilma Rousseff e com o presidente Lula.
A preocupação central era mostrar que, apesar da presença da Telefónica na cadeia societária, não existe nenhum risco de que as duas empresas não atuem de forma independente no Brasil.
"Quisemos confirmar a nossa independência em relação à Telefônica e à Vivo", disse Araujo, relatando as duas primeiras reuniões com a Anatel e Cade (eles iriam ao Planalto depois da entrevista). "Manifestamos nossa disposição de desenvolver no Brasil uma gestão independente, deixando para trás anos de indefinição societária e estratégica. O Brasil é fundamental para a Telecom Italia e a gestão de Mario Cesar Araujo ainda vai nos dar muita satisfação", disse Galateri, indicando total apoio à gestão atual da empresa, mesmo após a entrada de novos controladores na Telecom Italia. "O Brasil representa 50% de nossas receitas móveis no mundo", lembrou Bernardè.
Crescimento
"O crescimento em 2007 de 23%, contra 20% do mercado, é a maior prova de competência e de independência. Participamos do leilão de 3G e estamos acelerando a instalação da rede, com aumento dos investimentos previstos", diz o executivo.
"Dependendo das condições regulatórias, poderemos ampliar o mercado fixo, o mercado de banda larga e contribuir para a inclusão digital", disse o CEO da Telecom Italia.
Mario Cesar Araujo explica que o aumento de orçamento não está ainda definido, mas superará os R$ 6 bilhões previstos para até 2009. A rede 3G, diz Araujo, estará disponível no primeiro trimestre deste ano.
"A TIM está partindo da mobilidade para o fixo", diz o presidente da empresa no Brasil. Este projeto, aliás, está sendo exportado pela TIM para outros países. "Na parte audiovisual, não temos intenção de sermos uma empresa de conteúdo, mas queremos ter o direito de distribuí-lo, com isonomia, independente de capital nacional ou estrangeiro", diz Araujo.
"A telefonia fixa está cada vez mais desafiada pela telefonia móvel, e a telefonia móvel está muito bem posicionada para o mercado de dados", diz Bernadè.
Mario Cesar Araujo repetiu que a TIM planeja disputar licenças de WiMAX, não buscando grande cobertura, mas sim para atender a nichos específicos.
