A parcela de consumidores que pretende realizar ao menos uma compra pela internet neste primeiro trimestre do ano é de 86,4%, de acordo com pesquisa trimestral do Programa de Administração de Varejo (Provar) feita da Fundação Instituto de Administração (FIA) em parceria com as consultorias Felisoni e e-bit. O índice revela que a intenção de compra on-line permaneceu estável em relação aos 86,3% registrados no último trimestre do ano passado. Na comparação anual, contudo, houve uma queda considerável de 3,6 pontos percentuais.
A desaceleração é atribuída à redução da renda real dos consumidores devido à inflação e, consequementente, ao aumento da inadimplência. O resultado também reflete a retração do consumo em âmbito mundial, segundo o diretor presidente da FIA, Claudio Felisoni. "Enquanto em novembro de 2010 a alta foi de 17%, em novembro do ano seguinte a elevação foi de apenas 3,2%", compara.
Das 12 categorias de bens de consumo duráveis pesquisadas, apenas duas tiveram elevação na intenção de compra online. Os produtos de linha branca – fogões, máquinas de lavar e refrigeradores – contabilizaram 23,5% das intenções de compra na internet, crescimento de 6,4% na comparação anual. O destaque, porém, ficou com a categoria serviços, com 6,7% das intenções de compra, alta de 12,7% quando comparada aos três primeiros meses do ano passado.
Entre os itens mais citados pelos consumidores on-line, estão os eletroeletrônicos (38%), artigos de informática (31%) e bens de telefonia e celulares (27,8%). Em relação ao mesmo período do ano passado, porém, as três categorias tiveram queda – 5,7%, 7,3% e 2,7%, respectivamente.
A diretora da e-bit, Cristina Rother, explica que a força de bens duráveis nas compras pela web é estimulada pela preferência do consumidor de classe C, que começa a entrar no universo do comércio eletrônico. Motivado pela gratuidade de frete e facilidade de crédito, dos 4 milhões de novos consumidores registrados pela consultoria no primeiro semestre do ano passado, 61% eram da classe C. Ela pondera, no entanto, que a maioria dos consumidores on-line ainda se concentra nas classes A e B, que está mais habituado a comprar pela rede mundial.
Segundo a e-bit, o e-commerce deve fechar 2011 com faturamento de R$ 18,7 bilhões, com gasto médio de R$ 350 por consumidor. Isso representa crescimento de 26% em relação ao ano anterior. A estimativa da consultoria é que no ano passado 32 milhões de consumidores fizeram compra pela internet, dos quais 7 milhões eram de novos entrantes. Para este ano, ela projeta alta de 25% nas vendas on-line.