A HP tem recebido inúmeras consultas de empresas de tecnologia e bancos nos Estados Unidos sobre o interesse de vender a Autonomy, desenvolvedora britânica de software adquirida por US$ 10,2 bilhões em 2011 pela fabricante. Durante a divulgação dos resultados do exercício fiscal de 2012, em novembro do ano passado, a CEO da HP, Meg Whitman, afirmou que a perda registrada no quarto trimestre fiscal era consequência de um prejuízo fiscal de US$ 8 bilhões, dos quais US$ 5 bilhões foram decorrentes de graves impropriedades contábeis da Autonomy.
Além da desenvolvedora de software, o que restou da EDS, empresa de serviços de TI comprada pela HP em 2008, por US$ 13,9 bilhões, também está na mira dos investidores, segundo pessoas próximas à empresa disseram ao The Wall Street Journal.
Meg Whitman já havia externado algum tempo atrás que não tem planos de vender de unidades de negócio. Ao Financial Times, executivos da HP reforçaram a inexistência de que qualquer plano para se desfazer de divisões. Apesar disso, em um documento recente protocolado na Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais dos EUA, a HP diz considerar a hipótese de se desfazer de alguns negócios “que não mais ajudam a companhia a atingir seus objetivos”. O comunicado também menciona a possibilidade de se dispor de um negócio “a um preço ou termos que são menos desejáveis pela empresa”.
As fontes esclarecem que é incerta a maneira como a unidade da EDS seria separada para uma possível venda, já que se encontra completamente integrada às operações da HP. A venda da Autonomy, contudo, seria mais fácil. Ela está sendo investigada pela Justiça dos EUA após a denúncia feita pela HP sobre problemas na sua contabilidade, embora o ex-CEO e fundador da Autonomy, Mike Lynch, negue veemente as acusações.
A HP encerrou o ano fiscal 2012 com prejuízo de US$ 12,6 bilhões e planeja demissões na Autonomy.