NFC deslanchará em 2011, apostam especialistas

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Este será o ano do NFC (Near Field Communications), tecnologia de comunicação por aproximação entre máquinas, que permite a troca de informações sem a necessidade de acesso à rede de dados da operadora ou à Internet. Pelo menos é o que dizem executivos da Orange, da operadora coreana KT e da RIM presentes em um concorrido seminário sobre o tema realizado nesta quinta-feira, 17, no Mobile World Congress, em Barcelona. Para justificar a empolgação eles citam os seguintes fatores: 1) Nos EUA, AT&T, T-Mobile e Verizon Wireless criaram ano passado a joint-venture Isis para construir uma rede comum de NFC; 2) Na Ásia, no mês passado, KT, China Mobile e NTT DoCoMo se aliaram para estabelecer padrões de roaming de serviços NFC; 3) Em poucos meses após seu lançamento, no fim de 2010, o serviço de m-wallet via NFC da KT alcançou 150 mil usuários; 4) Diversos fabricantes lançarão smartphones com NFC este ano e há rumores de que o iPhone 5 seria um deles. As estimativas são de que em 2015 haverá 457 milhões de telefones com a tecnologia NFC no mundo, que irão realizar cerca de 3,5 bilhões de transações.
"O NFC será tão comum em smartphones quanto WiFi, Bluetooth ou GPS", afirmou o vice-presidente de gerenciamento de produtos de software da RIM, Andrew Bocking. "O NFC não é mais um desses serviços para geeks, que precisam ser explicados para os outros usuários. Ele é realmente simples de entender", argumenta a vice-presidente de serviços móveis da Orange, Anne Bouverot.
Apesar do entusiasmo dos especialistas, ainda há problemas a serem resolvidos. O modelo de negócios entre teles e instituições financeiras ainda não está claro. Anne, da Orange, aponta dois caminhos que podem coexistir, dependendo do mercado e de suas leis: os pagamentos feitos via NFC seriam descontados na conta telefônica ou as teles proveriam uma rede segura para serviços de pagamento via NFC cobrados nas contas bancárias dos correntistas. Em qualquer um dos casos, a executiva propõe que o controle de identificação do usuário fique dentro do SIMcard e não no hardware do telefone ou em algum aplicativo nele instalado. Isso daria poder às teles, já que elas têm acesso remoto aos SIMcards de seus assinantes.
Custo dos leitores
Outro obstáculo é o custo de implementação de leitores NFC. Quem pagará essa conta? Na Coréia do Sul, os próprios lojistas fizeram o investimento para poder participar do serviço de m-wallet da KT, relata a vice-presidente de estratégia da operadora, Hyunmi Yang. Para Anne, da Orange, o melhor caminho é iniciar a oferta em serviços onde já existam leitores de NFC, como meios de transporte público.
O NFC pode ser usado não apenas para pagamentos, mas para diversos outros fins, como controle de entrada de pessoas. Foi apresentado o exemplo de um hotel em Estocolmo, na Suécia, em que o telefone do hóspede se torna a chave para o seu quarto, via NFC. Transferência de conteúdo peer-to-peer, como cartões pessoais, é outra ideia levantada. E também pode servir para acesso a informações contidas em cartões NFC embutidos em objetos como posters de cinema ou anúncios nas prateleiras de supermercados.

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