A Ulend, fintech que nasceu em 2018 para dar acesso à capital para médias empresas e com a ambição de ser a principal plataforma de crédito privado do país, encerra o ano com um aporte de mais R$ 40 milhões da gestora Sollis Investimentos em seu FIDC. No total, a empresa soma captação extra de R$ 120 milhões em 2022 e um amento de receita de 300%.
Deste valor, R$ 115 milhões são recursos destinados a funding para financiamento das operações de crédito, e R$ 5 milhões são destinados a caixa, provenientes de dois aportes em equity realizados pelos atuais sócios investidores da empresa, um no primeiro e outro no segundo semestre.
Em um ano desafiador em termos de crescimento de inadimplência, tanto para bancos quanto para fintechs, os números Ulend surpreendem até em comparação com grandes instituições financeiras. A empresa registrou apenas 2,6% de atrasos over 90 com efeito vagão e 1,3% de PDD da carteira do fundo.
Na carteira total já financiada desde o início das operações, que soma R? 200 milhões em crédito concedido nos últimos três anos e meio, o número é de 4,5% — ainda muito abaixo do patamar das fintechs de capital de giro PJ, que está entre 20% e 40% e vem assustando gestores de capital de risco.
A receita está em um modelo de crédito que faz grande uso da tecnologia, combinado com uma estratégia de concessão de crédito pós-fixado, com mix de garantias e focado em empresas "iddle market" de menor risco. A fintech coleta e lida com uma grande quantidade de dados, fazendo análises quantitativas e objetivas.
Projeções para 2023
Além dos aportes recorde deste ano, Ulend e Sollis firmaram acordo para mais R? 200 milhões ao longo dos próximos 18 meses para expansão gradual do Ulend FIDC 1. A companhia ainda planeja levantar um segundo fundo de direitos creditórios (Ulend FIDC 2) no próximo ano, que terá a estratégia de "coinvestir" com o primeiro fundo, crescendo de forma conjunta e gradual e acomodando novos investidores.
"A Sollis já nos acompanha há mais de um ano e foi a primeira investidora do nosso fundo, trazida pelo Itaú BBA. São grandes parceiros, com DNA de crédito, gestão de risco e crescimento alinhados ao nosso", comenta.
O executivo explica ainda que os fundos são apenas um meio para atingir um objetivo maior. A companhia investe constantemente para aperfeiçoar o produto e seus modelos de risco de crédito.
O plano é ser a maior plataforma de crédito privado do país, oferecendo uma experiência única ao tomador e aos parceiros originadores (que vão desde de grandes escritórios de agentes autônomos até ex-gerentes bancários que atuam de forma independente espalhados por todo o país), tal como um white label que permitirá que todos os escritórios de agentes autônomos de investimentos passem a ter um produto de crédito PJ exclusivo em sua prateleira para ser ofertado aos clientes. Atualmente, já são mais 1000 parceiros originadores operando neste formado, sendo 60 escritórios de agentes autônomos de investimento.
Com a Ulend, os escritórios passam a ter crédito PJ para oferecer a seus clientes, e no futuro breve nem precisarão dizer que o produto é de um terceiro. Além disso, a agilidade para obtenção do dinheiro é incomparável: bancos tradicionais demoram entre 30 e 45 dias para análise de crédito e desembolso de uma operação de capital de giro de R$ 1 milhão hoje em dia. Na Ulend, esse prazo total atualmente está em uma média de 4 dias, com plano de implantar novas tecnologias que vão permitir a redução para dois.
"A carteira crédito PJ dos bancos atualmente soma mais de R$ 2 trilhões e, unindo a inteligência do nosso modelo de crédito com o funding dos fundos e a força de originação de negócios dos agentes autônomos, a estimativa é que podemos tirar pelo menos R? 50 bilhões da carteira dos bancos nos próximos cinco anos", projeta Gabriel.