A Microsoft anunciou o lançamento de uma estratégia de marketing agressiva que promete acirrar a concorrência com as empresas que prestam serviços de consultoria em TI. A companhia pretende investir o equivalente a US$ 500 milhões no próximo ano para tentar convencer os clientes corporativos a utilizarem os seus produtos em vez de contratar consultores, cujos serviços são muito caros.
Denominada People-Ready, a estratégia de marketing da Microsoft foi apresentada oficialmente na quinta-feira (16/3), apoiada por um anúncio de oito páginas publicado em vários jornais dos Estados Unidos. Durante um evento para a imprensa em Nova York, a empresa mostrou as novas versões das plataformas Windows e Office, que estão sendo testadas por algumas empresas e devem estar disponíveis comercialmente a partir do fim deste ano.
No evento, o presidente-executivo da Microsoft, Steve Ballmer, disse que as novas versões dos programas permitirão aos usuários executarem tarefas que, atualmente, são entregues a consultores contratados. O executivo fez referência direta à IBM, cuja divisão de serviços globais registrou faturamento da ordem de US$ 12,6 bilhões no quarto trimestre do ano passado. ?Conseguir o máximo das pessoas está na mente de cada líder com quem falou. Estamos aficionados com a idéia de que o software correto pode fornecer as ferramentas necessárias para que os funcionários se tornem os meios de sucesso dos negócios?, disse.
A Microsoft informou que novos sistemas de software, como o sistema operacional Vista e a ferramenta de publicação de sites colaborativos Sharepoint, bem como a atualização do Office, são resultado de investimentos de US$ 20 bilhões em pesquisa e desenvolvimento no período de três anos. ?Inovação é criada dentro casa. Não é terceirizada?, alfinetou o presidente da divisão empresarial da Microsoft, Jeff Raikes. ?A IBM tem um exército de consultores relativamente caros. Eles permitem que o pessoal deles conduzam o negócio do cliente. Nós permitimos que os próprios clientes conduzam o seu negócio?, acrescentou.
A IBM reagiu à ofensiva da Microsoft. Em comunicado, a empresa afirmou que a campanha de marketing da Microsoft não pode ser chamada de uma estratégia e que ela visa ?a manutenção do mundo proprietário do Windows?. ?Esta aproximação é dirigida a produto e não a clientes. Está claro em nossas pesquisas com cerca de 700 presidentes de empresas que o processo de negócios e o modelo de inovação são o que mais importa para a maioria dos clientes e isso não pode ser obtido por outro software proprietário?, diz o comunicado.
A Microsoft domina o mercado de software instalado em computadores pessoais por meio do sistema operacional Windows e do pacote Office. Entretanto, vários concorrentes estão tentando combater a hegemonia da empresa com serviços e software que são atualizados automaticamente pela internet.