ChatGPT: a evolução dos buscadores e o impacto na publicidade

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O ChatGPT, nova inteligência artificial (IA), lançada no final de 2022 pela empresa de tecnologia americana OpenAI, impactou o mundo com sua capacidade de interpretar perguntas e responder com alta precisão por meio de textos preditivos. O novo cenário, naturalmente, repercutiu diretamente no desenvolvimento das maiores empresas de tecnologia, como a Microsoft, que no início de fevereiro anunciou uma nova versão para o navegador, Edge e o buscador Bing, as quais foram desenvolvidas com base na IA do ChatGPT. O Google, para não ficar para trás, também anunciou o seu próprio buscador com IA generativa, o Bard.

Mas o que seria essa tecnologia de IA generativa? É um tipo de Inteligência Artificial que gera um texto preditivo, criado com fragmentos de diversos conteúdos disponíveis na internet. Por conta disso, esse novo modelo de buscas traz um grande ponto de interrogação de como os criadores dos conteúdos abertos na internet poderão ser remunerados. Hoje, criadores de conteúdo (publishers) se sustentam basicamente com dois modelos de monetização: Assinaturas premium, com acesso a conteúdo fechado (Paywall), e/ou através da exibição de conteúdo e anúncios patrocinados, que dependem de tráfego.

Em um lançamento recente de atualizações, a Microsoft apresentou para um grupo de grandes agências de publicidade um rascunho de como os anúncios poderão ser inseridos nas buscas do Bing. Na imagem, a plataforma apresenta o texto gerado com a resposta, alguns links de apoio para para aquele conteúdo e banners de anúncios com links patrocinados. Segundo um artigo publicado no portal AdAge, a preocupação dos publicitários entrevistados é com a taxa de cliques desses links, pois entendem que irão diminuir consideravelmente. A nova versão do aplicativo do Bing, lançada nesta semana, também traz a possibilidade de interagir via voz ao invés de texto.

As interações homem-máquina deverão acontecer cada vez mais por meio desse recurso de voz, através do uso de assistentes virtuais como Alexa, da Amazon, Google Home ou Siri, da Apple, que já estão onipresentes em nossas casas e/ou nossos smartphones.

A experiência com a adoção em massa do Whatsapp nos mostrou que para o novo sistema realmente se popularizar, será necessário a inclusão de áudio no chat. Pessoas com deficiência visual, idosos, além de muitos países com deficiência de alfabetismo muito grande, caso do Brasil, irão demandar que se tenha esse recurso.

Se algumas portas se fecham, outras se abrem. No meio publicitário, todo esse movimento deve abrir um grande caminho para a inserção de anúncios no meio das respostas de áudios dos buscadores e assistentes virtuais, algo semelhante como Deezer e Spotify já fazem hoje em suas versões gratuitas.

Cesar Sponchiado, fundador e CEO da Tunad.

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