O avanço da tecnologia tem transformado a forma como as empresas gerenciam seus dispositivos e garantem a produtividade dos colaboradores. No ambiente corporativo moderno, o conceito de End-User Computing (EUC) tem evoluído rapidamente, impulsionado por tendências como a computação em nuvem, inteligência artificial e segurança reforçada. À medida que os modelos de trabalho híbridos e remotos se consolidam, cresce a necessidade de soluções que proporcionem flexibilidade, eficiência e proteção para os dispositivos e dados corporativos.
O mercado de EUC tem demonstrado um crescimento expressivo, impulsionado pela necessidade de adaptação às novas formas de trabalho. De acordo com o Guia de Gastos Mundiais de Borda da International Data Corporation (IDC, 2024), os gastos combinados de empresas e provedores de serviços em hardware, software, serviços profissionais e serviços provisionados para soluções de ponta sustentarão um forte crescimento até 2027, quando os investimentos atingirão quase US$ 350 bilhões.
As tendências em End-User Computing indicam um avanço significativo na virtualização dos ambientes de trabalho, alavancado pelo crescimento das soluções baseadas em nuvem e inteligência artificial. Essa transformação reflete a necessidade das empresas em oferecer maior flexibilidade aos colaboradores, garantindo ao mesmo tempo segurança e controle sobre os dispositivos utilizados. Segundo estudos de 2024 do Gartner, até 2028, as organizações que implementarem plataformas abrangentes de governança de IA terão 40% menos incidentes éticos relacionados à IA em comparação com aquelas sem esses sistemas, evidenciando a crescente preocupação com a governança digital. Além disso, a adoção do modelo Desktop as a Service (DaaS) tem se intensificado, permitindo que os usuários acessem seus ambientes de trabalho de qualquer lugar com maior segurança e desempenho otimizado. Tecnologias de automação e inteligência artificial também estão sendo incorporadas para aprimorar a experiência do usuário, reduzindo falhas técnicas e otimizando o suporte de TI, tornando o gerenciamento de dispositivos mais eficiente e estratégico para as empresas.
A segurança dos dispositivos no ambiente corporativo moderno é uma das maiores preocupações das empresas, especialmente diante do aumento de ataques cibernéticos e vazamentos de dados. A adoção do modelo Zero Trust tem sido uma tendência crescente, garantindo que cada dispositivo e usuário sejam verificados continuamente antes de acessarem recursos críticos. Além disso, soluções avançadas de gerenciamento de endpoints permitem monitoramento contínuo, atualizações automáticas e respostas rápidas a ameaças em tempo real. Empresas como Microsoft e Google vêm investindo fortemente em tecnologias que garantam a integridade e a conformidade dos dispositivos, minimizando riscos e garantindo operações seguras. A proteção de dados sensíveis e a conformidade regulatória são fatores determinantes para a adoção dessas estratégias, garantindo que as empresas se mantenham competitivas e protegidas em um cenário digital cada vez mais dinâmico.
Diante desse contexto, se faz necessário a adoção de tecnologias robustas de gerenciamento de dispositivos e segurança, garantindo não apenas a eficiência operacional, mas também a proteção dos dados e da infraestrutura digital. A evolução do End-User Computing não se trata apenas de inovação tecnológica, mas de uma necessidade estratégica para garantir um ambiente de trabalho seguro, produtivo e alinhado às novas exigências do mercado.
A crescente adoção dessas soluções demonstra o reconhecimento, por parte das empresas, da importância de um gerenciamento eficiente e centralizado de dispositivos. Entretanto, a implementação bem-sucedida dessas estratégias exige mais do que apenas a adoção de tecnologia. É fundamental que as organizações estabeleçam políticas internas claras, capacitem seus colaboradores e adotem boas práticas de governança digital. O fenômeno conhecido como "Shadow IT", no qual usuários finais desenvolvem ou adotam soluções tecnológicas sem o aval do setor de TI, representa um desafio adicional, aumentando os riscos de segurança e dificultando a gestão integrada dos dispositivos.
Nesse cenário, torna-se essencial que as empresas não apenas invistam em soluções avançadas de gerenciamento de dispositivos, mas também promovam uma cultura organizacional focada na conscientização sobre segurança digital. O sucesso na implementação de estratégias de EUC depende da combinação entre tecnologia, processos bem estruturados e um alinhamento estratégico que envolva todas as áreas da empresa. A transformação digital e a mobilidade corporativa continuarão a evoluir, e as organizações que estiverem preparadas para gerenciar seus dispositivos de forma inteligente e segura estarão à frente na construção de um ambiente de trabalho moderno, produtivo e resiliente.
José Roberto Rodrigues, Country Manager & Alliances Manager LATAM da Adistec Brasil.