Entre os cerca de mil funcionários que começaram a ser desligados da Telefônica na última segunda-feira, 14, cerca de 400 deverão ser reaproveitados pelas empresas contratadas para terceirização dos serviços de teleatendimento e manutenção: Ericsson, Nortel e NEC.
A informação é do presidente do Sindicato dos Empregados em Telecomunicações (Sintetel) em São Paulo, Almir Munhoz. A contratação deverá ser efetuada após a homologação do pessoal, mesmo porque o serviço não pode parar. Procurados, os fornecedores não quiseram se pronunciar.
O desligamento de todo o grupo está programado para ser concluído até o final do mês. Para boa parte dos demais demitidos também deverá haver proposta de trabalho. Munhoz disse que falta mão-de-obra técnica no mercado e que as empresas do setor estão pedindo o currículo do pessoal.
O sindicalista, que trabalhou durante oito anos na antiga Telesp, considera improvável que a Telefônica continue a reduzir seus quadros até passar dos atuais 6 mil funcionários, aproximadamente, para 4 mil até 2009. Segundo ele, seria muito difícil para a operadora manter os serviços em funcionamento com um corte tão grande.
Mais empregos
Munhoz calcula que antes da privatização do setor as teles que atuavam em São Paulo (além da Telesp, Embratel, CTBC – no ABC paulista -, Ceterp e CTBC grupo mineiro Algar) tinham 40 mil funcionários diretos. Na época, quase não havia terceirização. Havia 40 empresas prestando serviços só para Telefônica. Hoje, se somar todos os serviços das operadoras e prestadores de serviços (para instalação e manutenção) são 60 mil trabalhadores. No teleatendimento há 100 mil funcionários só em telecomunicações.
?Não significa que as condições de trabalho tenham melhorado?, disse o sindicalista. ?Nas estatais, os salários e condições de trabalho eram melhores.? Munhoz atribui o crescimento dos postos de trabalho à expansão dos serviços, atendimento à demanda reprimida e variedade de serviços, antes praticamente restrita à telefonia básica.
Agora, ele considera natural que haja redução de trabalhadores. E a principal causa não é privatização, e sim a tecnologia, que automatiza funções e dispensa a necessidade de seres humanos, admite ele.