A F5 anunciou as descobertas do estudo Digital Maturity Index 2025, realizado a partir de entrevistas com 713 líderes de tecnologia de empresas – 25 destas fontes são brasileiras. O foco desta edição do relatório é no impacto da Inteligência Artificial Generativa sobre as culturas digitais de empresas de setores como finanças, varejo, indústrias, grandes provedores de nuvem e operadores de telecomunicações.
Um índice de maturidade digital avalia como os negócios de diferentes organizações se posicionam diante de parâmetros estratégicos como cybersecurity, cultura de aplicações e APIs, tratamento de dados, infraestrutura etc. No caso do estudo da F5, as respostas obtidas foram organizadas em três diferentes perfis.
O mais maduro são os "Realizadores"; a caminho de maior maturidade estão os "Experimentadores" e, finalmente, iniciando o uso da Inteligência Artificial e atuando ainda de forma menos estruturada e constante, os "Atrasados". "29% do universo estudado é formado por Realizadores, 54% são Experimentadores e 17% são Atrasados", diz Kleython Kell, Solutions Engineer da F5 Brasil.
Ao longo de todo o estudo, essa classificação se mantém – é raro que uma empresa Atrasada, por exemplo, demonstre, em uma das categorias analisadas, uma performance diferente da do grupo a que a organização pertence. "Isso significa que a maturidade digital de cada organização é um todo, um diagnóstico que, em geral, permeia as várias áreas de tecnologia da empresa", diz Kell.
Dado com uma única fonte de verdade
Num mundo em que cada vez mais o software é desenvolvido por plataformas de IA, a governança de dados é uma frente de batalha crítica para os líderes das empresas pesquisadas. "Essa estratégia ajuda o CIO e o CISO a prover para a organização uma única fonte de verdade para o dado, qualquer que seja a complexidade e a heterogeneidade dos ambientes e plataformas que processam esse dado. Vale destacar que, em muitos casos, silos operacionais de dados continuam vivos e se proliferando".
O estudo aponta a diferença entre os níveis de maturidade digital das organizações pesquisadas. Enquanto 35% dos Realizadores já consolidam a governança de dados em um único data lake, com 59% deste grupo mantendo também outros data lakes como backup, 19% dos atrasados trabalham com um único data lake – deste grupo, 15% contam com data lakes extras. 65% dos Atrasados não utilizam nenhuma estratégia de observabilidade de dados, valor que baixa para 6% no caso dos Realizadores e chega a 18% no grupo dos Experimentadores.
Os pesquisadores da F5 analisam, ainda, em qual topologia de rede os entrevistados implementam soluções baseadas em IA. Em termos de utilização de IA Generativa, por exemplo, 61% dos Realizadores adotam ambientes híbridos, enquanto 30% dos Atrasados seguem esse caminho. Por outro lado, 40% dos Atrasados operam IA em seus data centers on-premises, número que baixa para 15% no caso dos Realizadores e chega a 21% nas empresas com perfil "Experimentadora".
Como as plataformas de IA são baseadas em LLMs e APIs rodando de forma distribuída em ambientes multicloud e híbridos, quem conta com uma abordagem de gestão centralizada, segura e ao mesmo tempo granular das suas nuvens consegue explorar melhor a riqueza trazida pela IA. "Fica mais fácil tomar decisões baseadas em custo, desempenho e segurança, algo que acelera o uso da IA e também o crescimento dos negócios".
Software Development Life Cycle e Zero Trust
Em relação à cybersecurity o quadro também é diverso. Numa escala de 0 a 30 pontos, com 15 pontos sendo a nota máxima em relação ao uso de políticas de Software Development Life Cycle (SDLC) que alinham todo o processo de desenvolvimento de aplicações e APIs às melhores práticas de segurança, os Realizadores saem na frente com a marca de 13,5 pontos. "São empresas que sabem que seus negócios dependem da integridade dos dados utilizados nas esteiras de desenvolvimento, e investiram em processos, pessoas e produtos que elevaram a maturidade de sua cultura de software. É uma disciplina que aumenta a competitividade dessas organizações nos mercados onde atuam", enfatiza Kell. Os Atrasados, em relação a esse quesito, ficam na faixa dos 5,5 pontos.
Em relação à adoção de soluções Zero Trust – dado também medido com 15 pontos sendo a nota máxima – 13% Realizadores alinham-se a esta disciplina, número que baixa para 9,5 entre os Experimentadores e 5 pontos no caso dos Atrasados.
Empresas brasileiras desenvolvem plataformas próprias de IA
Kell chama a atenção para o fato de que grandes empresas brasileiras estão desenvolvendo suas próprias plataformas de IA Generativa – é o caso da Natura, da plataforma de investimentos QINV e da LINX, fornecedor de tecnologia para o varejo. "Quer sigam usando plataformas externas, quer estejam criando sua própria IA, as empresas precisam proteger esses ambientes. Uma forma de fazer isso é usar um gateway para IA que monitora e protege as pesquisas do usuário num ambiente como o Chat GPT e também evita que plataformas proprietárias sejam vulneráveis a ataques baseados em LLMs".