O número de incidentes de segurança nas cerca de 320 redes de órgãos da administração pública chegou a mais de 1,1 milhão nos primeiros quatro meses deste ano. Em palestra na terça-feira (15/5) na Escola Superior de Redes (ESR) da Rede Nacional de Ensino e Pesquisa (RNP), o diretor do Departamento de Segurança da Informação e Comunicações (DSIC) do Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República, Raphael Mandarino Júnior, demonstrou como é importante a questão da segurança da informação na administração pública federal.
Ele informou que núcleos de segurança da informação devem ser criados em todos os órgãos públicos. O material usado por Mandarino para justificar essa necessidade foram reportagens que indicam falhas evidentes na prevenção da segurança da informação. Quando um prédio do INSS, em Brasília, pegou fogo no ano passado todos os arquivos eletrônicos e impressos estavam reunidos no mesmo ambiente. Durante uma invasão à sede da empresa Aracruz Celulose, no Rio Grande do Sul, no mesmo ano, houve roubo de memórias de computador e, como não havia backup (cópias), 18 anos de estudos científicos foram perdidos.
"Por conta desses e tantos outros acidentes é que todos os usuários devem ter atenção nessa área. Não se deve pensar que incidentes só acontecerão com os outros", disse Mandarino. Ele explicou que o DSIC foi criado em maio de 2006 e fez um breve histórico do desenvolvimento da área de segurança de redes no governo desde a edição do decreto 3.505 da Presidência da República, que instituiu a política de segurança da informação nos órgãos e entidades da administração federal. O diretor do DSIC contou que o decreto agora passa por uma revisão para readequá-lo às novas demandas do governo federal. Segundo ele, como resultado do trabalho, deve-se regulamentar a criação de núcleos de segurança da informação nos órgãos públicos. "O ministro já fez um aviso ministerial com a recomendação dessa medida a todos os outros ministérios", afirmou, referindo-se ao ministro-chefe do Gabinete de Segurança Institucional, general Jorge Armando Félix.
Uma das principais metas do DSIC é capacitar os funcionários públicos federais. Cerca de 10 mil pessoas já participaram de workshops com pontos de teleconferência na RNP, Banco do Brasil, Banco Central, Embrapa, entre outros locais. Outro plano é a abertura de um curso de especialização em vários estados, em convênio com a RNP, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT).