O crescimento de taxas públicas e o aumento das despesas com tecnologia da informação foram os principais itens que impactaram negativamente no faturamento dos 72 hospitais que compõem a Anahp – Associação Nacional de Hospitais Privados, que registrou receitas brutas de R$ 22,7 bilhões em 2015.
A informação é de Francisco Balestrin, do presidente do Conselho de Administração da entidade, ao divulgar nesta terça-feira, 17, o estudo "Observatório 2016" com os principais indicadores dos hospitais associados, durante a feira Hospitalar, em São Paulo.
Explicou ainda que houve uma reversão de expectativas, com uma evolução na receita de 2014 para 2015 de 5,4% contra um aumento de despesas de 9,6% no mesmo período. Com os valores deflacionados a queda de receitas soma 3% e o aumento de despesa s de 2%. "A perda de margem é como tirar o oxigênio do setor. Precisamos buscar alternativas para trazer de volta esses valores recompostos, buscar novos modelos de negócios, novos parceiros. Estamos respirando por aparelhos".
Outra questão ressaltada pelo executivo é o efeito negativo da economia na geração de empregos do setor, que usa mão de obra intensiva e qualificada. Em 2014 a redução de pessoal foi de 11,6%, no ano passado, 4,1%. "Em 2016, com a diminuição drástica dos recursos, haverá uma demissão em massa", alertou.
O "Observatório" mostra ainda que os hospitais privados da Anahp foram responsáveis por 19% do total das despesas assistenciais na saúde suplementar no ano passado; contabilizou 19.768 leitos, 16,1% do total de leitos privados para medicina suplementar existentes no Brasil; 3.979 leitos de UTIs; 5,4 milhões de atendimentos no pronto socorro em 2015.
O setor também realizou 53.397.048 exames diagnósticos, que para 61% dos hospitais, os serviços são contratados. 85% dos hospitais têm aparelhos de ressonância magnética e 95% possuem tomógrafos.