A Petrobras lançou nesta terça-feira (17/5), o 4º edital do Módulo Startups, do Programa Petrobras Conexões para Inovação. No valor total de R$ 20 milhões, o edital traz 30 desafios distribuídos em sete verticais tecnológicas: robótica, redução de carbono, tecnologias digitais, armazenamento e geração de energia, corrosão, modelagem geológica e tecnologias de inspeção. O investimento nos projetos depende do nível de complexidade dos desafios. No final da seleção, as empresas vencedoras podem receber valores até R$ 500 mil, para os desafios soft tech, ou até R$ 1,5 milhão para os deep tech.
"A companhia é uma das principais investidoras em inovação aberta do país, com cerca de R$ 36 milhões em investimento ao longo de três anos apenas no Módulo Startups do programa Petrobras Conexões para Inovação. Ele contribui para o desenvolvimento de tecnologias e serviços inovadores, acelerando a incorporação de inovações na empresa. Nas edições anteriores do Módulo Startups, objeto deste edital, selecionamos 37 empresas para desenvolvimento de soluções, acelerando a incorporação de inovações na empresa e, ao mesmo tempo, abrindo portas para as startups em uma indústria cada vez mais intensiva em Inovação", afirma o diretor de Tecnologia Digital e Inovação da Petrobras, Juliano Dantas.
O Módulo Startups busca soluções inovadoras para os desafios apresentados. As empresas selecionadas contam com o apoio do Sebrae – parceiro da Petrobras nesse módulo do programa – e a expertise do corpo técnico da companhia para atividades como adequação das propostas selecionadas na primeira etapa e preparação para o pitch day (apresentação para banca final de jurados). Os vencedores da etapa final recebem investimento financeiro e mentoria para os projetos e modelo de negócios. Ao final de todo o processo, as empresas contam com a oportunidade de se tornarem fornecedoras da Petrobras, com potencial de escalar na indústria nacional e internacional.
Harpia
A startup CTR3SM, selecionada no edital 2020, é um exemplo: ela conclui, este mês, o projeto Harpia. Trata-se de uma plataforma robótica composta por uma aeronave remotamente pilotada, dotada de sensores e câmeras, e um software, que une Inteligência Artificial e Visão Computacional. A tecnologia é capaz de detectar, com precisão, o tipo, o grau de corrosão e necessidades de reparo de uma superfície. O equipamento, semelhante a um drone, será usada para inspeção de áreas industriais extensas e de difícil acesso. Além da redução de custos e de horas trabalhadas, o recurso evita a exposição de pessoas ao risco. Por conseguir captar imagens inacessíveis aos olhos humanos como as aves de rapina, a plataforma foi batizada de Harpia.
O case da CTR3SM é uma história de superação. André Carvalhais, um dos quatro sócios da startup, viu uma proposta de trabalho naufragar por conta da pandemia. Acabou chamando o então chefe para criar uma empresa e buscava financiamento quando soube do edital da Petrobras:
"A gente tinha uma ideia para inspeção de ativos do setor elétrico e vimos que tinha uma oportunidade ali. Já participamos de outros editais, mas o processo da Petrobras é dos mais transparentes: há um edital público, os critérios são muito bem definidos. A Petrobras tem a maturidade da execução financeira. Você entra sabendo o que vai poder gastar. O nível de exigência é alto, mas você tem todas as condições para execução", avalia André, que agora pensa nas oportunidades do mercado.
Mentoria de negócios
"O nosso propósito é viabilizar que os pequenos negócios sejam protagonistas na cadeia de Petróleo e Gás, desenvolvendo tecnologia de ponta e inovação. Durante a participação no programa, o Sebrae oferece todo o apoio necessário às startups, desde a orientação para a execução físico-financeira dos projetos, em conformidade aos requisitos exigidos, quanto as ações de suporte para o aumento da competitividade e a elaboração de modelos de negócios", destaca Bruno Quick, diretor-técnico do Sebrae Nacional.
O Módulo Startups, do programa Petrobras Conexões para Inovação, surgiu do interesse da Petrobras em estreitar o relacionamento com o ecossistema de inovação, especificamente com startups e pequenas empresas de base tecnológica. O investimento visa atender demandas mapeadas internamente na companhia e o desenvolvimento ágil de soluções com possibilidade de implantação na indústria de óleo e gás e os resultados já são visíveis. Por meio do programa, a empresa compartilha de forma sistemática os seus desafios e aporta recursos nas melhores startups, que se interessem em cooperar para resolvê-los. É uma forma de contribuir com a sociedade não só incentivando pesquisa e inovação, mas também gerando demanda.
As inscrições do edital vão até o dia 29 de junho e a divulgação das selecionadas na primeira etapa do processo está prevista para julho.
Conexões
Desde o seu lançamento, o Programa Petrobras Conexões para Inovação está em constante evolução, cresceu, tornou-se um guarda-chuva e já abriga 6 diferentes módulos: Startups, Parcerias Tecnológicas, Transferência de Tecnologias, Aquisição de Soluções, Ignição e Encomendas Tecnológicas. Em breve, irá incorporar duas novas iniciativas. Todos os módulos têm o objetivo de acelerar a inovação conectando todo o ecossistema, desde startups, ICTs, universidades até empresas. A Petrobras tem, atualmente, uma carteira de mais de R$3 bilhões contratada, com mais de 150 parceiros tecnológicos, nas diversas modalidades de contratação e acordos de cooperação.