Para garantir o crescimento das vendas de PCs e, ao mesmo tempo, evitar a perda de negócios por causa da crise financeira, a Itautec começou, desde outubro do ano passado, a adotar uma nova abordagem ao mercado, passando a oferecer a locação de máquinas aos clientes corporativos.
A estratégia, que inclui também a oferta de soluções de virtualização, foi uma das grandes responsáveis por a empresa ter conseguido manter as vendas de desktops estáveis no primeiro trimestre e garantido crescimento de 60% na comercialização de notebooks.
No geral, a receita bruta da Itautec no primeiro trimestre saltou 7,6%, para R$ 472 milhões, enquanto que a receita líquida foi de R$ 429 milhões, alta de 6,7%.
Segundo Cláudio Vita Filho, vice-presidente da Itautec, as empresas não estavam descartando os investimentos, mas apenas postergando os projetos devido à desaceleração econômica e, para não perder oportunidades de negócios, a fabricante optou pela modalidade de oferta de PCs como serviço, pela qual o cliente paga mensalmente pelo uso dos equipamentos.
"Essa estratégia que adotamos deu muito certo e conseguimos boas vendas. Ela foi um dos fatores preponderantes para os nossos atuais resultados. Às vezes, as empresas não têm capital para investir em hardware, mas a solução de aluguel, ou seja, como serviço, se torna uma alternativa intressante", afirma Vita, frisando que a empresa oferece a solução completa, embutindo serviços no pacote.
A expectativa da empresa é que o mercado de PCs crescerá neste ano. De acordo com o diretor comercial da Itautec, Jorge Luiz Almeida, as vendas de desktops são mais fortes no setor corporativo, enquanto que os notebooks têm maior presença no segmento de consumo. "Como a receita de desktops é superior a dos aparelhos móveis, o setor corporativo tem uma representação mais elevada na receita da empresa. Por esse motivo, a nova abordagem de negócios se justifica."
Almeida explica que, como faz a oferta de serviços no ato da locação ou virtualização dos PCs, a Itautec consegue reduzir as margens, já que ganha com margens maiores provenientes da venda de serviço. "Como o mercado se tornou mais enxuto, a concorrência aumento. Com isso, naturalmente as margens se tornam menores. O importante é ter alternativas para reequilibrar as receitas com margens maiores em outros segmentos, como não dependemos apenas da venda de PCs, conseguimos a realizar isso", conclui Almeida.
A queda nas margens da empresa, entretanto, se refletiram no lucro líquido da companhia no primeiro trimestre deste ano, o qual ficou em R$ 5,5 milhões, recuo de 54,5% ante os R$ 12,1 milhões do mesmo período de 2008.
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