Na última década, a computação em nuvem tornou-se um dos temas mais discutidos pela indústria de TI e pelos CIOs. A realidade hoje é que a maioria das organizações já usa algum tipo de solução em cloud e, o mais importante, as empresas venceram o medo inicial de adoção desses ambientes, ao experimentarem resultados concretos em termos de flexibilidade, eficiência e redução de custos.
Apesar do avanço na adoção da nuvem, a gestão do consumo e do acesso aos ambientes em cloud continua a ser um desafio para os gestores de TI, que precisam administrar múltiplas plataformas e utilizações. O que tem levado a uma tendência cada vez maior de uso das nuvens híbridas, que combinam sistemas e aplicações em cloud pública e privada.
Um recente estudo global realizado pela Penn Schoen Berland Research, a pedido da Dell – com 1.050 decisores de TI de organizações em todo o mundo – identificou que nove em cada dez executivos consideram que o uso de nuvens híbridas representa uma importante tendência para preparar os ambientes tecnológicos para o futuro.
Além disso, a pesquisa revela que os responsáveis por TI são duas vezes mais propensos a escolher uma nuvem híbrida, em comparação com data centers próprios ou uso exclusivo de nuvens públicas e privadas. Além disso, entre os entrevistados, 78% admitem que planejam trazer parte das aplicações que estão na nuvem pública para a nuvem privada. O que demonstra uma tendência de equilíbrio entre esses dois ambientes.
Junto com a própria demanda do negócio, em relação à segurança, privacidade dos dados e a questões regulatórias, essa migração de parte das aplicações das nuvens públicas para privadas reflete o amadurecimento dos CIOs e executivos de TI em relação ao uso de cloud, associado à evolução das tecnologias para construção dessas nuvens privadas, com soluções escaláveis, com custos cada vez mais acessíveis e fáceis de gerenciar.
Na prática, ao trazer parte das aplicações que estão nas nuvens públicas para privadas, os gestores de TI estão retomando parte do controle e segurança desses ambientes, para atender melhor às necessidades do negócio, mas sem aumentar custos, complexidade de gestão e facilidade de acesso por parte dos usuários.
Ou seja, a decisão entre o uso de cloud pública, privada ou data center próprio deixa cada vez mais de ser uma preocupação exclusiva de TI para transformar-se em uma decisão baseada nas reais necessidades do negócio em relação às diferentes cargas de trabalho. E, nesse contexto, o conceito de nuvens híbridas tende a consolidar-se como uma realidade para grande parte das organizações.
João Bortone, diretor de Produto e Soluções Empresariais da Dell para a América Latina.