Banrisul redesenha arquitetura de sistemas com SOA e colhe resultados

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Presente em cerca de 80% dos municípios gaúchos e com mais de mil pontos para atender seus 3 milhões de clientes, o Banco do Estado do Rio Grande do Sul (Banrisul) decidiu sair do conceito para a prática e implantar um amplo projeto de SOA para redesenhar a sua arquitetura de sistemas. O estopim do projeto foi a determinação do Banco Central, em 2004, de implantação pelos bancos da conta investimento, que depois evoluiu para a migração de parte dos sistemas que rodavam em mainframe para plataforma baixa, com o propósito de ganhar agilidade e flexibilidade no desenvolvimento de novos produtos e serviços.

Conforme explica Rubens Salvador Bordini, vice-presidente e responsável pela gestão da informação do Banrisul, que nesta quinta-feira (17/7), apresentou o estudo de caso do banco no 3º Fórum SOA, São Paulo, promovido pela revista TI INSIDE, hoje 81% das operações dos clientes são feitas por meio de sistemas de auto-atendimento. "E isso exige flexibilidade e confiabilidade dos serviços", enfatiza. Ele conta que no início dos anos 1990, o Banrisul já havia detectado que precisa modernizar sua infra-estrutura e que a internet seria um grande canal de comunicação do banco.

Bordini explica que essa mudança foi feita por meio da criação de um framework próprio de desenvolvimento orientado a serviços, que estabeleceu um conjunto de regras, ferramentas e modelos com o propósito de padronizar e dar mais qualidade e produtividade ao processo de desenvolvimento de sistemas no ambiente do Banrisul. "A arquitetura foi desenvolvida em camadas e para testar os novos sistemas o Banrisul criou uma agência virtual", conta ele, acrescentando que com a nova arquitetura foram incorporados mais de 120 sistemas novos e 18 mil programas (Windows, Unix, Linux e mainframe), sendo que todos os novos sistemas e serviços são totalmente compatíveis com os já implantados.

Agora, o executivo diz que o Banrisul vem desenvolvendo um ambicioso projeto de expansão que prevê, a partir de agosto, a migração de toda a base de clientes para a nova plataforma de cartões inteligentes que serão utilizados em operações de débito na rede de agências, caixas eletrônicos (ATMs), na rede BanriCompras, que tem 60 mil estabelecimentos conveniados, e na rede BanriContas, com 2,7 mil correspondentes bancários. Ele ressalta que somente no ano passado a rede BanriCompras realizou 46,9 milhões de transações, com um movimento total de R$ 2,6 bilhões.

Mas o projeto não pára por ai. Os smartcards serão utilizados também para acesso ao internet banking do Banrisul, com garantia de certificação digital, o que possibilitará o acesso aos sites da Receita Federal e a outras ações da administração estadual. Além disso, será integrado ao programa do governo do Rio Grande do Sul de oferecer um cartão único que permita aos cidadãos, além de realizar suas transações bancárias, fazer acesso a diversas ações governamentais, na área de saúde, transportes e de identificação pessoal.

Segundo Bordini, apesar de ainda em andamento, o projeto de SOA já começa a apresentar resultados, com a melhoria da gestão de TI e o seu alinhamento ao negócio, além de já ter propiciado o aumento da concessão de crédito, isso sem falar na redução de custos que deve ser alcançada ao longo do tempo.

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