As empresas estão sujeitas a verificações sobre suas divulgações ESG e precisam estar atentas em relação à credibilidade desses dados e das declarações públicas. Sem essa preocupação, há risco reputacional proveniente de acusações de greenwashing. Com o ESG, é muito mais difícil ver de onde virá a ameaça, além de como responder a ela. A capacidade de gerenciar uma questão de greenwashing de forma eficaz deve estar na agenda do Conselho.
As organizações precisam se comunicar sobre questões de sustentabilidade e métricas aplicáveis às suas atividades, como emissões de gases de efeito estufa, conforme aumenta a pressão dos stakeholders. Essa comunicação é a base do comprometimento de uma organização. Além disso, colocar a sustentabilidade no centro da estratégia corporativa gera dividendos financeiros. Em uma pesquisa recente com mais de 500 empresas comprometidas em melhorar seu desempenho ambiental, 69% relataram que capturam valor financeiro maior do que o esperado em suas iniciativas climáticas.
Como trabalhar pela qualidade dos dados?
– Garanta que os objetivos e o progresso ESG sejam apoiados por dados confiáveis e mensuráveis para proteger a empresa de possíveis alegações de greenwashing;
– Adote uma abordagem que identifique pontos fracos e potencial de manipulação de dados, acendendo, se for o caso, sinal de alerta em toda a organização;
– Use uma estratégia de dados e relatórios rigorosos para apoiar uma visão do progresso da empresa em direção a ambições como iniciativas de redução de emissões de carbono, a fim de criar confiança interna e externamente.
O que fazer pela cultura organizacional?
– Garanta que uma abordagem transparente e realista para ESG seja fomentada em toda a organização, com engajamento da liderança, incluindo do CEO;
– Incorpore os principais recursos de governança para apoiar a jornada ESG, com destaque para promoção da diversidade, equidade e inclusão, entre outras práticas;
– Desenvolva uma abordagem organizacional para ESG que não seja apenas focada em risco ou defesa corporativa, mas também busque as oportunidades e inovações que a agenda de sustentabilidade pode oferecer às empresas voltadas para o futuro.
Katharina Weghmann, líder global da EY em ESG, Forensic & Integrity Services.