A Dell anunciou que vai corrigir seus balanços dos anos fiscais de 2003 a 2006, além do primeiro trimestre de 2007, após constatar por meio de auditoria interna que alguns funcionários manipularam os resultados contábeis a fim de atingir as metas, segundo o jornal americano The Washington Post.
A fabricante de computadores informou que, nos novos balanços que serão apresentados, vai cortar o lucro líquido entre US$ 50 milhões e US$ 150 milhões. Com isso, a redução total envolvendo os períodos que foram adulterados deve totalizar cerca de US$ 12 bilhões.
A companhia informou que pretende demitir, multar ou repreender alguns funcionários, dependendo do grau de participação no esquema. Sem informar os nomes dos envolvidos, a Dell adiantou, contudo, que as investigações mostraram que as fraudes atingiram níveis de gerência.
Em comunicado, a Dell disse que a investigação ?descobriu evidências de que, naquele período de tempo, os balanços contábeis foram revisados, algumas vezes a pedido ou com o conhecimento de certos executivos seniores, de forma a atingir objetivos de desempenho predeterminados".
Segundo o material divulgado, os erros contábeis e as irregularidades que serão corrigidas são significativas em virtude da combinação do número de questões envolvidas, natureza qualitativa e ainda da quantidade de dinheiro envolvido em alguns dos casos.
A Dell começou o processo de auditoria em agosto do ano passado, depois de ser alvo também de análises da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão que regulamenta as bolsas e o mercado de capitais nos EUA. As investigações, no entanto, ainda prosseguem.
Com a correção dos balanços, a Dell espera pôr um ponto final nesse capítulo sombrio de sua história. Atolada no escândalo financeiro, a fabricante de PCs perdeu terreno para a sua rival HP no ano passado, e em janeiro passado, o então CEO da companhia, Kevin Rollins, foi demitido e substituído pelo fundador Michael Dell.