A mobilidade é uma realidade irreversível, que realmente traz uma série de benefícios para a produtividade na vida pessoal e profissional. Cada vez é mais comum ver empresários e executivos carregando seus tablets, além dos já consolidados smartphones, tanto dentro do ambiente da empresa, quanto nas ruas, para checar e-mails, consultar a internet e até mesmo acessar dados importantes para a tomada de decisão.
Embora a chegada constante de novos recursos tecnológicos seja o melhor dos mundos a partir do ponto de vista dos usuários, ela vem se tornando um problema para as áreas de TI das empresas no que diz respeito à segurança da informação. Isso porque, embora sejam feitos para facilitar a vida e proporcionar lazer a seus usuários, estes produtos não foram originalmente concebidos para trabalhar com as complexas políticas de segurança das empresas, apresentando grande vulnerabilidade.
De acordo com o relatório Mobilidade e Segurança desenvolvido pelo Cyalab, um centro de pesquisa ligado a Universidade americana Canegie Mellom realizado em 14 países, incluindo o Brasil, com mais de 1500 entrevistados, concluiu que 48% das empresas pesquisadas possuem em suas políticas de segurança a liberação do uso de somente um tipo de smartphone e que, até agora, não contemplam o uso dos tablets, que são os dispositivos mais utilizados pela alta administração das corporações. Este relatório ainda demonstra que 93% destes dispositivos possuem informações pessoais e de negócios.
Um exemplo é a utilização do email através destes dispositivos que necessitam de senha válida com o servidor de correio corporativo e com toda a estrutura de TI e, devido às facilidades de acesso possibilitadas pelas redes sem fio e o 3G, permitem acesso virtualmente de qualquer local e hora. Muitos desses dispositivos, sequer possuem políticas de senha instaladas pelo proprietário e caso seja roubado ou perdido, dará fácil acesso a quem quer que seja aos dados armazenados e acessados através da rede corporativa.
Mesmo que não caiam nas mãos das pessoas erradas, existem também as ameaças por vírus e malwares, o que no caso dos dispositivos móveis, requer uma administração à parte, diferente daquela feita nos desktops e notebooks ligados à empresa. Como em muitos casos estes equipamentos são de uso pessoal e não pertencem à companhia, o cenário fica ainda mais complicado.
Esse novo contexto, apelidado pelo instituto Gartner de "Consumerização", vem gerando uma certa pressão nos profissionais de TI, que por um lado têm o dever de garantir a segurança dos dados corporativos, mas também têm dificuldades, diante da explosão de consumo de tablets e smartphones, de impedir que eles sejam utilizados fora do ambiente do escritório. Como impedir o presidente da empresa de utilizar seu recém adquirido IPad para acessar seu e-mail e o diretor Comercial de acessar os dados de vendas de seu IPhone?
Atentos a esse novo fenômeno da modernidade, já é possível encontrar no mercado soluções específicas que possibilitam uma melhor gestão do uso destes recursos móveis. Além de dar ao responsável pela área de TI uma maior segurança em relação aos aparelhos que acessam externamente a rede da empresa, estas soluções permitem a tomada de medidas emergenciais. No caso de um roubo ou perda, por exemplo, é possível acessar o dispositivo remotamente e apagar todo o seu conteúdo.
Somente com uma melhor gestão destes recursos, é possível garantir a segurança dos dados corporativos sem deixar de explorar todo o potencial das novas tecnologias móveis para o benefício da empresa.
Paulo Coelho é gerente de Pesquisa & Desenvolvimento da Microcity.