A Lenovo está bem perto de ultrapassar a HP como maior fabricante de PCs. Segundo dados da IDC, a chinesa possui 14,9% de participação de mercado global, contra 15,5% da norte-americana.
Ainda por cima, a fabricante compradora da unidade de produção da IBM viu seu lucro crescer 30% no último trimestre, sustentado pelo saudável mercado de PCs na China tanto da área corporativa, quanto de consumidor final. Mesmo assim não há motivos para euforia – foi o menor crescimento no índice nos últimos 18 meses.
As vendas na China mostram sinais de desaceleração, com sinais de estabilização após o ‘boom’ econômico do país. O CEO da Lenovo, Yang Yuanging, parece estar ciente dessa situação. “A macroeconomia da China mostrou incertezas devido ao controle do estado e exportações. Mas, em uma visão de longo prazo, estou muito otimista”, afirmou o executivo em entrevista ao jornal britânico Financial Times.
Yang não pareceu muito preocupado com o ingresso da Microsoft na fabricação de hardware, com o tablet Surface. “Apesar de não gostarmos dessa ideia, para nós isso apenas soma mais um concorrente. Eles acreditam que podem fornecer o melhor hardware do mundo, mas quem pode mesmo é a Lenovo”, explicou o CEO. O comentário sobre o caso vai ao encontro do alerta feito pelo presidente da arquirrival Acer, que revelou detalhes da negociação com a Microsoft sobre a entrada no novo mercado.
As vendas da Lenovo cresceram 35% no último trimestre. Em um mercado com margens cada vez menores e fraca elevação, especialmente em países mais desenvolvidos, a Lenovo ainda acumula aumento de market share graças aos preços agressivos e aquisições internacionais. A compra da Medion Computers, na Alemanha, é um exemplo – realizada no ano passado, faz parte da estratégia de consolidar sua posição na Europa e, assim, não depender tanto da China e mercados emergentes.