IA e a Revolução Empresarial: do Garage Startup ao "novo normal"

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Em um momento de euforia coletiva sobre as possibilidades que a inteligência artificial gerará, fundos de investimentos estão com os olhos voltados para aquelas empresas que começam a se destacar com o uso da nova tecnologia. Muitas destas apostas terão retorno positivo, mas creio também que outras, nem tanto, se não analisarem friamente os cenários. Tirando o frenesi, o que realmente teremos de mudança no mundo empresarial com a IA?

Neste primeiro momento, é inegável que o maior poder da IA é a otimização. Na Intelipost, por exemplo, desenvolvemos uma machine learning que analisou boa parte de dados que tínhamos dos últimos 10 anos, conseguindo prever rotas mais rápidas, aquelas que possuem maiores problemas estruturais afetando no tempo de entrega e quais são financeiramente mais viáveis, entre outras especificações. Sem o uso da tecnologia seria impossível ou levaria milhares de horas, considerando tantas variáveis a serem otimizadas por analistas humanos, ainda mais com tanta exatidão. Para a inteligência artificial, as análises levam milissegundos.

Essa otimização possibilita que gargalos financeiros não sejam tão impactantes para aquele novo empreendedor, independentemente do tamanho da organização que normalmente está apostando todas as suas economias, ou o apoio de seus investidores, em sua ideia. Enquanto no período pré-IA, o negócio já necessitava ampla mão-de-obra e ferramental desde o seu início, no pós, as inúmeras ferramentas oriundas da tecnologia já resolvem boa parte dos problemas – sem, obviamente, substituir um olhar analítico e crítico por trás disso.

Ao mesmo tempo que esse "fácil acesso" – entre aspas – aumenta a concorrência, abre a possibilidade de necessidades mais específicas da sociedade serem atendidas, por serem economicamente viáveis a partir de agora (antes era necessário um maior capital inicial de investimento, com a IA não mais). Isso gerará uma fragmentação do mercado, com um número maior de empresas sendo abertas, com diversas especificidades, gerando novas necessidades e até mesmo novas profissões, como já vem acontecendo.

Esta teoria se confirma até mesmo pensando em rodadas de investimentos. Os recursos em uma empresa mais otimizada terão maior durabilidade e maior retorno para os investidores e para o empreendedor, tornando o negócio mais estável e viável. Algumas gigantes do mercado começaram suas histórias em uma garagem, como Amazon, Apple e Google e, com a popularização da IA, independentemente de se consolidarem como gigantes ou pequenas, milhares de outras estão por vir.

Ross Saario, CEO Intelipost.

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