Nos últimos anos, o mercado pôde observar um crescimento das compras pela internet. Impulsionados pelas medidas de restrição da pandemia, diversos setores apresentaram maior demanda em suas frentes online. É o caso do delivery, que teve um aumento de 24% no número de consumidores entre 2019 e 2021, como mostra a pesquisa de Consumo Online da Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), e que tem uma previsão de atingir um crescimento de 7,5% até o final deste ano, segundo pesquisa feita pelo Instituto Foodservice Brasil (IFB).
Com este crescimento, o setor, assim como todos que apresentaram maior demanda nos últimos anos, enfrenta também alguns obstáculos, como é o caso de fraudes e golpes. As principais companhias têm investido esforços em soluções tecnológicas para garantir a segurança das operações, blindar a sua reputação e garantir a satisfação de seus consumidores.
"Implementar estratégias antifraude e investir em tecnologias para identificá-las torna-se impreterível para este segmento , tal como a conscientização do público consumidor sobre como evitar cair em golpes", afirma Eduardo Daghum, CEO da Horus Group.
Dentro do cenário de fraudes no setor, o especialista pontua como a inteligência de dados pode ser uma grande aliada para identificar falsos reembolsos, por exemplo, que ocorrem quando pessoas mal intencionadas realizam compras no delivery e depois pedem estorno, alegando que os pedidos não vieram corretamente.
Quando o cliente tem um histórico de pedidos de reembolso acima da média, a solução antifraude pode realizar uma análise de perfil, bloqueando qualquer compra do usuário até o final do estudo. Em caso de conduta irregular, a pessoa é "descartada" da plataforma de delivery e seu login é bloqueado.
Em casos de cartão clonado, golpe que consiste em roubar informações do cartão de terceiros para realizar compras pessoais, resultando em prejuízos tanto para o dono do cartão quanto para a empresa, Eduardo sugere o investimento em mesas de análises de fraudes, que funcionam de forma rápida e eficaz na detecção de padrões fraudulentos em tempo real.
"Quando um usuário demonstra comportamentos muito distintos da média comum, as mesas operam de forma rápida para notificar as empresas e apontar os perfis suspeitos ou para recuperar vendas que seriam negadas indevidamente", continua.
Já sobre o golpe da maquininha, Eduardo comenta que uma boa comunicação entre as empresas e os seus consumidores pode contribuir para diminuir as incidências de golpes e conscientizar o público. Nessa operação fraudulenta, o entregador manipula os valores a serem cobrados do consumidor no momento da entrega, ou cobra por um pagamento já realizado.
O especialista aconselha que as empresas de delivery alertem os clientes sobre esse risco ao receberem um pedido. "Lutar contra as fraudes é papel de todos, empresas e consumidores. Trabalhar em conjunto, com feedbacks de ambos os lados, é essencial para o aprimoramento e mais assertividade no combate aos golpes", ressalta Eduardo.