?O trabalho constante no exterior das verticais presentes na indústria brasileira de software é fundamental para que o país ganhe mais espaço nos principais mercados internacionais?. A afirmação é de José Cusnir, gerente do PSI-SW9 (Projeto Setorial Integrado para Exportação de Software e Serviços Correlatos), o plano de exportação de software e serviços brasileiros desenvolvido em parceria pela Softex e pela Apex-Brasil.
Para o gerente do PSI-SW, a oferta de soluções tem de ser segmentada, daí a importância das dez verticais escolhidas, denominadas PSVs (portfólios de soluções verticais), que engloba os setores de bancos/finanças, telecom, gestão empresarial, segurança da informação, e-governement, e-commerce/e-business, educação, saúde, energia e aviação. São estas as áreas que vão balizar as ações do projeto setorial em 2006 e incluem a promoção de missões comerciais ao exterior.
Djalma Petit, coordenador-adjunto da Softex, destaca que pela primeira vez a entidade está adotando uma abordagem segmentada da indústria, explorando o know-how e o expertise nacional em diversos setores. ?Montamos grupos de trabalho comandados por um consultor especializado para maximizar as ações comerciais no exterior. Cada vertical vai definir sua tática de ação e seu mercado geográfico, incluindo a participação em feiras e eventos, bem como a realização de estudos que possam ajudá-las a definir suas estratégias?, detalha Petit.
?A indústria brasileira de software, ao longo dos últimos anos, tem aprimorado suas estratégias voltadas à comercialização de suas soluções no exterior?, explica Cusnir. ?Um estudo realizado pela Softex em parceria com o MIT, em 2002, que radiografou as indústrias do software do Brasil, Índia e China, foi decisivo para o redirecionamento das nossas ações?, diz o executivo, acrescentando que o diferencial brasileiro reside no entendimento do processo de negócio como um todo e não apenas do mero desenvolvimento de software.
De acordo com Cusnir, esse diferencial brasileiro deriva do fato de o país possuir uma indústria consolidada e diversificada, com um sofisticado parque instalado, graças à forte presença de multinacionais, o que traz toda uma cultura que facilita o desenvolvimento de soluções já obedecendo a parâmetros internacionais. ?Exportar software é um processo que exige extremo foco porque vender lá fora uma solução para automação bancária é completamente diferente de comercializar um software de gestão de energia elétrica ou de venda de passagens pela internet?, observa o executivo.
Atualmente, mais de cem empresas de todo o país estão associadas ao PSI-SW, cuja meta é incrementar as exportações, em 2005, em pelo menos US$ 16 milhões, aumentando exposição e a visibilidade do software brasileiro no exterior, além de construir uma imagem de confiabilidade e competência do setor de TI nacional.
O PSI-SW oferece uma série de benefícios às empresas associadas, entre os quais acesso a informações qualificadas sobre os mercados-alvos, assessoria comercial no exterior, participação em feiras e eventos internacionais, apoio na obtenção de financiamento para exportação (pré e pós-embarque) e em questões como registro de marcas e de software, localização, instalação de subsidiárias e aspectos legais. São parceiros da Softex no PSI-SW, além de seus agentes regionais, o Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio (MDIC).
As empresas interessadas em integrar as PSVs deverão enviar suas cartas de adesão ao programa até o dia 21 de novembro. Mais informações podem ser obtidas no endereço www.softex.br.