A Amazônia Legal – que abrange sete estados da região norte, além de Mato Grosso e Maranhão – será a maior beneficiada com a implantação de novos pontos de conexão do Gesac, o programa de inclusão digital do governo federal. Com os dois aditivos contratuais assinados pelo Ministério das Comunicações, o número de pontos de acesso à internet na região passará dos atuais 2.230 para 3.060. Esse aumento de 830 novas conexões representa mais de 50% do total de 1.460 previsto nos aditivos.
O diretor do Departamento de Serviços de Inclusão Digital do Ministério das Comunicações, Heliomar Medeiros Lima, explica que a Amazônia Legal foi privilegiada com a maior parte do número de novas conexões em razão da carência de locais com acesso à internet. Em 92,5% dos novos pontos de presença na região, o sinal de internet chegará via satélite. Nos outros 7,5%, via terrestre. Segundo Medeiros, a previsão é que, futuramente, um outro aditivo ao Gesac amplie as conexões terrestres na Amazônia Legal, principalmente no Pará, Maranhão e Roraima.
Entre os estados da região, os maiores beneficiados com novos pontos de presença serão o Amazonas e o Maranhão. O Gesac garante a conexão à internet em telecentros comunitários instalados em locais como aldeias indígenas, escolas rurais, comunidades ribeirinhas, reservas extrativistas, quilombolas e na região de fronteira.
De acordo com Medeiros, a prioridade foi o aumento da velocidade mínima da conexão, que será dobrada e passará dos atuais 256 Kbps para 512 Kbps. Com os aditivos contratuais, a quantidade total de pontos de conexão do Gesac passará dos atuais 11.919 para 13.379 e velocidade média por ponto aumentará em mais de 50%. A previsão é de que os usuários comecem a ser beneficiados a partir de dezembro.
Outro reforço na inclusão digital vem ocorrendo com o Projeto Formação Gesac, uma iniciativa do Minicom que capacitará, até abril do próximo ano, monitores e multiplicadores de 739 telecentros em tecnologias de informação e comunicações (TICs) – 200 deles na Amazônia Legal. O programa é feito em parceria com o Ministério da Educação, a Rede Federal de Educação Profissional e Tecnológica e o Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq).
A rede de capacitação do projeto é formada por professores e alunos-tutores dos Institutos Federais de Educação, Ciência e Tecnologia (IFs), antigas escolas técnicas federais, bem como por profissionais com experiência em trabalhos de inclusão digital em campo, chamados de Promotores de Inclusão Digital, distribuídos em todas as unidades da federação. Eles são responsáveis por ministrar aulas presenciais e à distância aos monitores – que, por sua vez, serão encarregados de multiplicar o conhecimento nas comunidades que contam com telecentros. Além do aprendizado sobre tecnologia da informação, os monitores recebem noções de direitos humanos e cidadania.
Desde setembro, 130 monitores já começaram a receber capacitação em todos os estados da Amazônia Legal. Eles já assistiram a aulas presenciais com conteúdo diversificado que abrange áreas como comunicação e cidadania. No fim de outubro, os monitores deram início ao módulo de hardware, disponível na plataforma de ensino à distância. Em dezembro e janeiro, eles voltarão a ter aulas presenciais para completar o programa de capacitação.
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