As negociações para criar meios de controlar as comunicações na internet nos Estados Unidos já começaram. Segundo reportagem do New York Times publicada nesta quarta-feira, 17, o diretor da polícia federal americana (FBI), Robert Mueller, está, nesta semana, em viagem de visita a grandes empresas de internet do país para discutir propostas e costurar acordos para viabilizar um possível "grampo virtual".
Os rumores de que o governo estuda formas de fiscalizar a troca de mensagens pela internet já circulam no Congresso americano desde meados deste ano. Segundo os boatos, o FBI, o Departamento de Justiça (DOJ) e a Agência Nacional de Segurança (NSA) querem desenvolver um mecanismo de vigilância para interceptar ações terroristas e criminosas articuladas pela internet. A ideia é legalizar práticas como quebra de sigilo e uso de escutas (veja mais informações em "links relacionados" abaixo).
A reportagem do New York Times desta quarta informa que Mueller está no Vale do Silício (região do estado da Califórnia, nos EUA, onde está concentrada grande parte das empresas de tecnologia do país, como Facebook, Google, Apple, Intel e outras) para expandir os poderes reguladores do FBI para a internet. Segundo o jornal, isso passaria, necessariamente, pela mudança das leis de comunicação do país, e, dada a resistência que os articuladores esperam encontrar no Congresso, eles precisam do apoio de lobistas e de empresas do setor.
Procurado pelo jornal, o porta-voz do FBI, Michael Kortan, confirmou a viagem de Robert Mueller ao Vale do Silício, mas disse não poder informar os motivos. O diretor de políticas públicas do Facebook, Andrew Noyes, por sua vez, confirmou a visita de Mueller à sede da maior rede de relacionamentos do mundo, mas também não revelou o propósito.
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