A Microsoft revelou que planeja trabalhar com um parceiro chinês para acelerar a adesão ao Windows 10 no país asiático. A fabricante de software disse na quarta-feira, 16, que vai criar uma joint venture para esse fim com a China Electronics Technology Group (CETC), empresa estatal que fornece tecnologia para órgãos militares chineses e também a empresas. A criação da nova empresa na realidade amplia o acordo de parceria da Microsoft com CETC, anunciado em setembro.
A nova empresa, chamada provisoriamente de C&M Information Technologies, terá sede em Pequim e vai licenciar, implantar, gerenciar e fornecer suporte técnico para o Windows 10 a agências governamentais e instituições estatais, segundo Yusuf Mehdi, vice-presidente corporativo do Windows e dispositivos da Microsoft, em um blog lançado para coincidir com coletiva de imprensa realizada em Pequim, na quarta-feira.
A joint venture é parte da estratégia da Microsoft para reduzir o número de parceiros na China, incluindo o gigante chinês das buscas Baidu, devido à série de dificuldes que ela e várias fornecedoras de tecnologia norte-americanas têm enfrentado no país.
O Windows é amplamente utilizado na China, mas, em razão do elevado número de versões piratas do sistema operacional no país, não gera nenhuma receita para a empresa. Além disso, recentemente a Microsoft passou a ser investigada sobre a forma como distribui o software, bem como se viu diante da decisão do governo de proibir a compra de PCs equipados com o Windows 8 por agências federais.
Os problemas da Microsoft e de outros fornecedores de hardware e software se intensificaram após documentos vazados pelo ex-técnico da Agência de Segurança Nacional (NSA) dos EUA, Edward Snowden, que revelaram que produtos fabricados por empresas norte-americanas têm sido usados para espionagem.
A paceria inicial da Microsoft com a CETC foi anunciada durante uma visita do presidente chinês, Xi Jinping, a Seattle, onde fica a sede da empresa, e descrita como um esforço para manter uma versão "local" do Windows 10 para clientes no governo chinês e as empresas estatais que operam infraestruturas críticas.
Em seu post no blog da empresa, Mehdi disse que a nova empresa terá exclusividade para licenciar uma configuração específica do Windows 10, desenvolvida para clientes chineses, que inclui recursos como software antivírus selecionado pelo governo central. "Ela também vai buscar o feedback dos clientes do governo para o desenvolvimento de versões futuras do software", disse ele, segudo o The Wall Street Journal. O executivo acrescentou, porém, que a Microsoft não tem planos de enfraquecer a segurança do Windows 10, e manterá a propriedade da tecnologia.
A criação da joint venture está sujeita à aprovação regulamentar dos órgãos chineses, disse a Microsoft.