A cibersegurança tem sido frequentemente debatida como uma disciplina vinculada à TI, mas o cenário atual deixa claro que ela transcendeu esse conceito. Assim, se tornando não apenas um diferencial competitivo, mas um pilar estratégico indispensável para a sustentabilidade e o crescimento das organizações.
Atualmente, as empresas operam em um ambiente marcado por ameaças digitais cada vez mais sofisticadas, exigindo uma abordagem estratégica que equilibre prioridades de negócios, restrições orçamentárias e a crescente escassez de talentos especializados.
Nesse contexto desafiador, os Chief Information Security Officers (CISOs) desempenham um papel vital, liderando com visão e experiência. Esses profissionais não apenas implementam soluções eficazes, mas também traçam direções estratégicas que permitem às organizações prosperar em um mundo digital em constante evolução, onde a cibersegurança é um elemento central da resiliência e do crescimento sustentável.
Um estudo recente do Boston Consulting Group (BCG) revelou que a maturidade cibernética está avançando significativamente, especialmente em áreas como governança, gestão de riscos e continuidade de negócios. Esses progressos são impulsionados por uma maior integração entre as equipes de segurança, TI e negócios, além de uma governança mais centralizada. Organizações com alta maturidade cibernética conseguem alinhar de forma mais eficaz seus processos de recuperação de TI e continuidade de negócios. Além disso, contam com CISOs diretamente envolvidos nas decisões estratégicas, o que facilita a implementação de medidas defensivas abrangentes e eficazes.
Outro ponto positivo é a crescente adoção de Inteligência Artificial (IA) para combater ameaças emergentes. Embora os ataques habilitados por IA, como phishing e malwares automatizados, sejam uma preocupação crescente, os CISOs têm explorado essas mesmas tecnologias como ferramentas poderosas de defesa. Soluções baseadas em IA, como autenticação por zero trust e gestão de identidades, estão se tornando indispensáveis, enquanto os líderes mais experientes buscam medir o ROI desses investimentos com mais precisão.
Empresas com alta maturidade cibernética não estão simplesmente aumentando seus orçamentos; elas estão gastando com inteligência. Elas direcionam investimentos para tecnologias modernas, consolidam fornecedores para otimizar operações e priorizam soluções que integram segurança e inovação. Em contraste, organizações menos maduras frequentemente destinam mais de 10% de seus orçamentos de TI à segurança, sem alcançar resultados proporcionais. Isso geralmente ocorre devido à falta de integração entre sistemas ou à dependência de tecnologias obsoletas, que comprometem a eficácia das iniciativas de segurança.
Como líderes, temos muito a aprender com as práticas exemplares dos CISOs. Eles nos ensinam que a integração entre tecnologia e negócios, sustentada por uma governança robusta e uma abordagem estratégica para a gestão de riscos, é fundamental para transformar desafios em vantagens competitivas. O futuro será dominado pelas organizações que compreendem a cibersegurança não como um custo, mas como um alicerce essencial para a resiliência e o crescimento sustentável.
Umberto Rosti, CEO Brasil da Stefanini Cyber, empresa que integra o Grupo Stefanini.