A fabricante de chips AMD anunciou o resultado do quarto trimestre de 2007 com uma perda expressiva em seu balanço financeiro. No informe divulgado nesta sexta-feira (18/1), a empresa atribui grande parte desse prejuízo a encargos relacionados à aquisição da fabricante de chips gráficos ATI, em 2006, que totalizaram US$ 1,675 bilhão.
A perda líquida, já incluídos os encargos, foi de US$ 1,772 bilhão, maior do que a sua receita no trimestre, que foi de US$ 1,773 bilhão. A cifra também supera o prejuízo registrado no quarto trimestre de 2006, de US $ 576 milhões. Excluindo os encargos, o prejuízo teria sido US$ 97 milhões, maior do que os US$ 25 milhões de perdas registradas quarto trimestre um ano antes.
Este é o quinto trimestre consecutivo que o balanço da AMD apresenta perdas. A empresa vem lutando para fazer decolar no mercado seu mais recente processador, o Opteron quad-core, cujo codinome é Barcelona, mas até agora não tem obtivo muito êxito.
Contribuiu também para o prejuízo, o atraso na entrega do Barcelona. No início de dezembro, a empresa disse ter encontrado um bug no chip de memória cache nível 3 do processador. No início deste mês, AMD anunciou que vai prorrogar a data de lançamento dos seus processadores, também de quatro núcleos, Phenom 9700 e 9900.
?A empresa tem substituído alguns chips Opteron que vendeu, embora não tenha obrigação de fazê-lo?, disse Dirk Meyer, presidente e diretor de operações da AMD durante a conferência para apresentação dos resultados da empresa. ?AMD atualizou o bug nos chips quad-core e corrigiu o problema nos processadores atuais.? Ainda assim, segundo ele, a empresa conseguiu entregar um número expressivo de microprocessadores no trimestre, incluindo cerca de 400 mil chips quad-core.
AMD espera para voltar à lucratividade no segundo trimestre deste ano, disse Hector Ruiz, presidente e CEO da AMD. ?O aumento da demanda por chip irá impulsionar o crescimento. Embora a economia global esteja enfrentando algumas turbulências, o consumo de microprocessadores tende a aumentar, especialmente em mercados emergentes, como a Índia, China e o Brasil?, avalia ele.