O grupo de especialistas que está trabalhando na revisão do planejamento estratégico da Superintendência da Zona Franca de Manaus (Suframa) apresentou ao ministro de Assuntos Estratégicos, Roberto Mangabeira Unger, as propostas que visam fortalecer o modelo da zona de livre comércio e que, segundo o grupo, podem contribuir para a formatação do plano de desenvolvimento que o ministro está elaborando para a Amazônia.
Entre as propostas, destaca-se a que defende a criação de um instituto de capacitação em áreas de futuro, como tecnologia da informação, nano e biotecnologia. Trata-se do Instituto de Tecnologia da Amazônia, ou ITA do Norte, como está sendo chamado. Um outra é a revisão do marco regulatório atual com a criação de um mais adequado ao modelo da Zona Franca de Manuas (incluindo o PIM, as áreas de livre comércio e os arranjos produtivos locais) se pauta em dois vetores fundamentais: estabilidade jurídica, de modo que a competitividade tributária das empresas incentivadas de Manaus seja preservada; e estímulo a novas frentes produtivas (gasquímica, biotecnologia, etc.).
As propostas foram apresentadas pelo pesquisador Tadao Takahashi, coordenador executivo do Projeto Arara, que reúne os especialistas envolvidos na revisão do plano de ações da Suframa para a sua área de atuação, a Amazônia Ocidental (Amazonas, Acre, Rondônia, Roraima) mais a área de livre comércio (ALC) de Macapá e Santana, no Amapá, para o período 2008 a 2011, com horizonte de 25 anos. Takahashi participou da reunião da comitiva interministerial na sede da autarquia na quinta-feira (17/1), comandada por Unger, que incluiu o ministro da Cultura, Gilberto Gil, representantes das principais instituições de ensino e pesquisa do país, comunidade científica local, governo e parlamentares do Amazonas.
A comitiva chegou a Manaus depois de passar por Belém e Santarém, no Estado do Pará. As viagens fazem parte do esforço do ministro em ouvir e debater com as lideranças locais os problemas que enfrentam na busca pelo desenvolvimento sustentável. Unger defende que o futuro do país passa pela Amazônia e que qualquer plano de desenvolvimento de vanguarda deve priorizar a região. ?E para que isso aconteça temos que trabalhar um plano não regional, mas que esteja inserido na política nacional. A Amazônia é o nosso grande laboratório, com diversas potencialidades adormecidas e que podemos potencializá-las com a inclusão social.?
No encontro na sede da Suframa, que ocorreu após amplo debate com o governo do Amazonas e a comunidade científica no Centro de Biotecnologia da Amazônia (CBA), a superintendente da autarquia, Flávia Skrobot Barbosa Grosso, destacou ao ministro a história de sucesso do modelo ZFM ao longo de 40 anos e que projetos como o pólo industrial de Manaus precisam ser fortalecidos e incorporados nas novas políticas para a região. ?Este é um modelo que fatura US$ 25 bilhões por ano, exporta, abriga empresas de alta tecnologia, emprega mais de 500 mil pessoas na indústria e gera receita que é aplicada nas regiões mais carentes da área em que atuamos?, ressaltou.