Não é surpresa que a internet esteja crescendo a uma taxa muito rápida e não se trata apenas do aumento no número de usuários da internet e na demanda por largura de banda, devido à transmissão constante de vídeos, mas também no número de aparelhos sendo conectados. Com a introdução das tecnologias como a Internet das Coisas, o número de aparelhos conectados simultaneamente à rede aumentará potencialmente, no mesmo ritmo ou até mesmo mais rápido do que o visto nos anos iniciais da era do aparelho celular. Enquanto a Internet das Coisas oferecer um mundo de possibilidades, ela proporcionará também uma imensa mudança tecnológica para o modelo de redes que possibilitarão o 5G e os fluxos de dados em alta velocidade.
De que forma a Internet das Coisas impacta as Redes?
Para os iniciantes, os tipos de dados sendo transportados e baixados mudaram drasticamente desde o início da internet, quando as redes foram projetadas para pequenos fluxos de tráfego. Historicamente, na América Latina, os provedores de serviços projetaram redes para transportar tráfego multicast usando técnicas como multicast de IP. Atualmente, a transmissão online de vídeos consome mais largura de banda do que qualquer outro serviço global de dados. Considerando que a transmissão de dados esteja amplamente disponível na América Latina, é esperada a alteração no padrão do tráfego em redes. As técnicas utilizadas para transmitir tráfego multicast são ineficientes neste contexto devido à necessidade de transmissões simultâneas. Para melhorar o desempenho na distribuição de conteúdo, muitos provedores de serviços optam pela utilização do fluxo de dados exclusivo, ou unicast, para a transmissão de vídeo, porém, isso consome de forma significativa mais largura de banda.
A mobilidade é outro fator importante que os provedores de serviços devem considerar ao projetarem redes de gerações futuras. Considerando-se que os usuários acessem conteúdos de qualquer lugar, a fonte de utilização da largura de banda poderá se tornar altamente imprevisível. A largura de banda não é mais um recurso fixo, e sim, algo dinâmico que pode adaptar-se ao fluxo do tráfego conforme os usuários acessem a rede a partir de locais diferentes. Este efeito é amplificado com a expansão agressiva de tecnologias como a Internet das Coisas e a comunicação entre máquinas, nas quais as redes precisam suportar um aumento dramático em ambos número e tipo dos aparelhos celulares e fixos.
Este novo comportamento do tráfego força os provedores de serviços a estudarem novas formas para a projeção de suas redes na distribuição de conteúdo. Os usuários esperam acessar todos os serviços na rede a partir de de qualquer lugar, com a mesma qualidade de utilização. Por isso, os arquitetos de redes começam a considerar a construção de redes homogêneas que permitam a interação de serviços múltiplos, a partir de qualquer ponto de acesso na rede. Esta abordagem homogênea permite que os provedores de serviços economizem com custos operacionais e aumentem o número de sites de redes móveis, agregando desta forma, eficiência à expansão da rede e prontificando-se para as implantações futuras do 5G.
Muitos provedores de serviços da América Latina começam somente agora a capitalizar os investimentos feitos em suas implementações de rede de 1 Gibabit Ethernet (GbE). No entanto, o cenário atual indica a necessidade de planejamento com altas capacidades de portas de 10 GbE ou até mesmo de 100 GbE na borda da rede. Os provedores de serviços na América Latina não são desafiados somente pela necessidade do aumento substancial da largura de banda, eles precisam também adotar projetos homogêneos de rede que se adaptem às novas tecnologias e entreguem uma variedade de serviços em toda a região. Eles precisam estar aptos a fazê-lo de forma que tirem o máximo proveito da queda de preços por porta. Por estes e outros motivos, os provedores de serviços da América Latina precisam criar uma nova abordagem a fim de dimensionar drasticamente suas redes enquanto simplificam as operações de rede e aceleram as inovações em serviços.
A integração fotônica permite uma abordagem e oferece ainda a possibilidade para um ponto decisivo disruptivo no mercado da América Latina. Circuitos integrados fotônicos de larga escala combinam centenas de componentes ópticos em um chip pequeno único e permitem a escalabilidade necessária para atender aumentos dramáticos na demanda da largura de banda de forma simples e eficiente. Estes chips integram centenas de funções ópticas, fornecendo uma tecnologia disruptiva que diminui consideravelmente o tamanho do equipamento, bem como o seu consumo de energia.
Em um cenário competitivo como o mercado da América Latina, muitos esperam que o futuro dos equipamentos de transmissão da rede óptica dependa exclusivamente da integração fototônica para conseguir alcançar o tamanho e o consumo de energia necessários para dar suporte aos setores exigentes como as redes de celular, as centrais de dados e o atacado.
Andres Madero, diretor de Arquitetura de redes da Infinera para Provedores de Serviços & Desenvolvimento de Negócios nada América Latina.