Há mais de 20 anos, o conceito de terceirização de serviços começou a ser desenvolvido na Europa e nos Estados Unidos. Desde então, todos os serviços auxiliares, que contribuem para o sucesso dos negócios, mas que não caracterizam a vocação da empresa, vêm sendo objetos de estudos para a viabilização da terceirização.
Se, no início, apenas serviços de limpeza e segurança eram terceirizados, hoje as empresas investem cada vez mais em uma arquitetura organizacional inteligente, considerando contratar serviços de impressão, gestão de arquivos de documentos físicos e data center. Aliás, quando se considera o volume de informações gerado dentro de uma empresa, tendo em vista a enorme quantidade de dados sendo produzidos, chegando e saindo do e-mail de cada colaborador, uma pergunta paira no ar: para onde vão todas essas informações?
Mais do que simplesmente imaginar o destino de toda informação produzida, investir em um data center próprio significa, na maioria das vezes, arcar com os altos custos de dedicar um pavimento inteiro para o armazenamento dos equipamentos, manter uma equipe técnica de prontidão, investir na atualização, climatização e segurança local, e, principalmente, assumir a responsabilidade pela estratégia de expansão do negócio.
Nesse sentido, antes de terceirizar, muitas empresas acabaram investindo elevadas somas na consolidação dos servidores que, ao longo do tempo, foram sendo acrescidos em caráter de urgência e sem qualquer planejamento ordenado. Vale ressaltar que ainda hoje essa é a situação da maioria das PME (pequenas e médias empresas). Quando percebem que todo o capital intelectual está disperso em inúmeros computadores, nem sempre integrados da forma mais segura, eficiente e organizada, e que essa consolidação é chave para a sustentação de todos os demais planos estratégicos de crescimento, se dão conta do tamanho do problema.
Investir na terceirização de um data center, hoje, é uma solução cada vez mais acessível e coerente. A exemplo de muitas empresas de grande porte que transferiram o centro de dados para empresas especializadas, terceirizar significa muito mais do que poder desenvolver suas habilidades com foco na estratégia de expansão. Numa época em que o vazamento de uma única informação pode influenciar na queda de ações na Bolsa de Valores, a certeza de que as informações-chave da organização estão seguras, armazenadas em equipamentos de ponta e em ambiente inviolável, tem seu valor multiplicado.
Tendência que deverá ganhar corpo nos próximos três anos, a terceirização do data center significa inclusive uma atitude alinhada às preocupações globais. Com o correr dos anos, a evolução tecnológica, e as necessidades que foram surgindo, os equipamentos passaram a consumir muito mais energia. Se antes esse custo não costumava ser computado, hoje ele é representativo tanto no que se refere à fatura da companhia de luz, como em relação ao meio ambiente.
Como em toda decisão estratégica para os negócios, é importante ter uma boa compreensão dos processos vitais da empresa e do quanto a terceirização poderá impactar os resultados. Além disso, vale a pena investir certo tempo em pesquisas antes de bater o martelo com esta ou aquela empresa, atendendo para o que cada uma tem a oferecer.
Adriano Ribeiro é engenheiro de redes, especialista em gerenciamento e implementação de infra-estrutura e segurança de redes e internet, e sócio-diretor da On Line Brasil, empresa que tem 15 anos de atuação no setor de TI.