O debate sobre o projeto que cria o marco civil da internet (PL 2.126/11), programado para ocorrer nesta terça-feira, 18, não deve sequer ser retomado como previam alguns parlamentares. O texto que tramita em regime de urgência a pedido do governo, está trancando a pauta de votações da Câmara dos Deputados desde outubro do ano passado.
A última versão do projeto foi lida na última quinta-feira, 12, pelo relator da proposta, deputado Alessandro Molon (PT-RJ), que voltou a se reunir com representantes de algumas bancadas para esclarecer pontos da proposta e tentar minimizar os impasses.
Mesmo com o esforço concentrado e o tom de otimismo de declarações feitas pelo presidente da Câmara, Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), que chegou a afirmar que a votação ocorreria esta semana de qualquer forma, outras prioridades retardaram ainda mais a conclusão do projeto.
Alves recuou hoje e explicou que, desta vez, o debate ficará para depois em função da sessão do Congresso para apreciação de vetos presidenciais, marcada para as 19h, e o debate sobre a composição das comissões permanentes da Câmara que deve ser a prioridade dos líderes partidários durante o dia de hoje. Segundo ele, a votação do projeto pode começar amanhã, "mas se a discussão [sobre o marco civil] for muito acalorada pode ser que [a votação] fique para terça-feira [25] que vem", afirmou.
A dificuldade em fazer a proposta avançar esbarra em, pelo menos, dois pontos. O primeiro deles é o que trata o princípio da neutralidade da rede, ou seja, os provedores de conexão não podem restringir acesso a conteúdos privilegiando alguns acessos em detrimento de outros. Outra polêmica é sobre a obrigatoriedade para que os provedores de conexão mantenham data centers instalados no país, como forma de garantir alguma segurança aos dados de brasileiros. As informações são da Agência Brasil.