O CPqD acaba de concluir mais uma fase do projeto que vem conduzindo com o objetivo de criar um ambiente seguro para acesso a serviços e informações por meio de dispositivos móveis, sem a necessidade de memorização de senhas. Para isso, estão sendo desenvolvidas tecnologias de autenticação biométrica multimodal (face e voz) e iconográfica dos usuários, que deverão substituir as senhas convencionais – nem sempre muito seguras.
Na fase atual do projeto, as tecnologias desenvolvidas pelo CPqD foram incorporadas ao protótipo do aplicativo batizado de Box Seguro Biomodal, que permite utilizar, de forma combinada, biometria de face, biometria de voz e iconografia para o acesso controlado a serviços a partir de celulares com o sistema operacional Android. O protótipo provê segurança das transações e dos dados dos usuários de dispositivos móveis (como fotos, vídeos, documentos de texto e planilhas, por exemplo).
"Com o avanço do uso de smartphones pelos brasileiros e do BYOD (Bring Your Own Device), é preciso um mecanismo mais seguro e mais fácil de acesso do que as senhas", diz o pesquisador Emílio Nakamura, coordenador do projeto pelo CPqD. "A iconografia é uma alternativa relevante para as senhas alfanuméricas, uma vez que é sustentada pelo uso de ícones, em vez de teclados virtuais, e pelas estratégias mnemônicas que ajudam no processo de memorização e usabilidade", explica Nakamura.
Segundo ele, não há necessidade de equipamentos adicionais para o uso das tecnologias desenvolvidas pelo CPqD. "Para o reconhecimento da face e da voz do locutor, são utilizados a câmera e o microfone do dispositivo móvel", acrescenta o pesquisador.
Para vencer o desafio de equilibrar segurança com facilidade de uso, a solução do CPqD combina diferentes tecnologias de autenticação. "O objetivo é prover o acesso a informações valiosas de uma forma segura, rápida e intuitiva, sem a necessidade de se memorizar e digitar senhas no teclado dos celulares", diz Nakamura E para aumentar ainda mais a eficiência dos mecanismos, o CPqD está desenvolvendo uma base de dados biométricos com brasileiros, que é utilizada nos algoritmos biométricos. "As tecnologias de segurança que estão sendo avaliadas no protótipo poderão ser utilizadas, em um futuro próximo, em várias outras aplicações, que vão da validação de acesso físico até a autenticação automática em serviços de telecomunicações", completa.
Já o gerente de Segurança da Informação do CPqD, José Reynaldo Formigoni Filho, destaca a importância dessas tecnologias para segmentos como o de meios de pagamentos – entre outros. "Hoje, a maturidade das tecnologias de biometria, aliada à utilização de senhas tradicionais ou iconográficas, possibilita o desenvolvimento de soluções de autenticação seguras para o setor financeiro", enfatizou Formigoni em palestra durante a 18.ª edição do CARDS, que se realizou na semana passada, em São Paulo. "Os desafios tecnológicos e operacionais ainda são grandes, mas o uso de biometria em aplicações de identificação e autenticação para diferentes setores é um processo inexorável", disse.
O projeto do CPqD nessa área começou a ser desenvolvido em 2010, com o apoio do FUNTTEL (Fundo para o Desenvolvimento Tecnológico das Telecomunicações), do Ministério das Comunicações, administrado pela Finep, do Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação. A previsão é que seja concluído no final de 2013.