O processo de negócio – que, por definição, é a execução das atividades necessárias numa sequência lógica para a produção ou circulação de bens ou de serviços dentro das organizações – via de regra, gera ou consome informações. Tendo em vista que o uso racional dessas informações é a base do conhecimento, alguns especialistas afirmam que existe uma relação indissolúvel entre a informação, dados e conhecimento. Aqui, eu me permito acrescentar um outro elemento nesta já tumultuada relação: os processos de negócio.
Mas nem sempre os dados, em sua forma original, estão agrupados em conjuntos ordenados, muito menos estes conjuntos estão organizados conforme desejado. Acrescente a isto tudo a questão do volume. O McKinsey Global Institute, em seu relatório Big data: The next frontier for innovation, competition, and productivity (2011) afirma que a "(…) quantidade de dados em nosso mundo explodiu. Empresas capturam trilhões de bytes de informações sobre seus clientes, fornecedores e operações, e milhões de sensores de rede estão sendo incorporados no mundo físico em dispositivos como celulares e automóveis, capturando, gerando e comunicando dados. Multimídia e indivíduos com seus smartphones e em sites de redes sociais continuarão a alimentar o crescimento exponencial (…)".
Tendo isso em vista, a Governança de Processos é um conjunto de políticas e processos que definem o modo como os processos de negócio das empresas serão geridos. O objetivo é organizar os diferentes artefatos existentes nesta conversa toda, ou seja, dados > informações > atividades > processos, criando um ambiente unificado e organizado para o interrelacionamento destes.
Este ambiente é importante uma vez que a busca pela eficiência dos processos nem sempre é um show de um único ator mas, geralmente, envolve diferentes partes interessadas, como por exemplo, o CIO, os donos dos processos e analistas de negócio, que podem compartilhar toda informação disponibilizada como um ativo necessário à melhoria contínua das suas atividades.
A preocupação das organizações em construir este ambiente é um passo importante para que elas possam interagir com as pessoas que estão gerando, a cada dia, uma quantidade maior de dados digitais, e também extrair valor dos mesmos. Assim, a exploração de forma inteligente faz com que as empresas possam competir de maneira eficaz, não somente por meio da busca por processos "perfeitos", mas também por serem eficientes na organização e utilização dos dados que são criados como um subproduto de suas atividades.
Marcia Fernandes Maciel é gerente de Arquitetura de Soluções da Software AG