O Brasil investiu US$ 27,9 bilhões em hardware em 2024, segundo o Estudo do Mercado Brasileiro de Software da ABES, o que representou 47,6% de todo o investimento nacional em TI no ano, uma fatia que supera, proporcionalmente, a de países como os Estados Unidos, onde a participação foi de apenas 10% a 20%. Para Leonel Oliveira, diretor geral da Nutanix, o número reflete uma movimentação real do mercado, impulsionada principalmente pelo avanço da inteligência artificial.
"O que a gente viu foi uma explosão de demanda por infraestrutura. Não só pelo crescimento de IA, mas porque os workloads passaram a exigir muito mais capacidade de processamento e armazenamento", explica o executivo. Ele destaca que a maioria das corporações está reformulando suas plataformas, ao perceberem que a estrutura anterior já não suporta os novos volumes de dados nem o nível de experimentação necessário.
"Há uma camada de experimentação enorme hoje. Muita coisa é feita e descartada, mas esse processo gera conhecimento e novos caminhos. Isso exige um parque tecnológico robusto, ainda que muitos resultados não sejam aproveitados de imediato", afirma Leonel. Ele também vê, entre os clientes da Nutanix, a busca por formatos híbridos que equilibrem o uso de nuvem e recursos on-premises, com atenção redobrada aos custos de operação.
Mesmo com o aumento da exigência dos clientes, principalmente em áreas como cibersegurança e compliance com a LGPD, o executivo garante que o apetite por investimento continua. "Todo mundo tem uma iniciativa de IA, mesmo que ainda não saiba o que vai fazer com ela. O mercado está em construção e, nesse momento, infraestrutura é a base de tudo", conclui.