O Centro de Excelência em Tecnologia Eletrônica Avançada (Ceitec) assinou na terça-feira (17/6) o termo de doação de um equipamento feito pela empresa americana KLA Tencor que será usado para fazer a inspeção de circuitos integrados (microchips) fabricados no país. O encontro teve a presença do ministro da Ciência e Tecnologia, Sergio Rezende, do diretor-presidente do Ceitec, Sérgio Souza Dias, e do presidente KLA, John Kispert.
O equipamento (KLA-2132), segundo Kispert, permite a identificação, classificação e a eliminação de defeitos originados no processo de fotogravação do microchip. Expectativa do MCT é que essa tecnologia traga avanços significativos na pesquisa e na produção de semicondutores, tornando o país mais competitivo nesse mercado.
O diretor-presidente do Ceitec avalia que essa é uma das medidas que podem ajudar o Brasil a ganhar mais espaço no mercado de semicondutores, que até 2011 deve crescer a uma taxa anual superior a 10%, e movimentar US$ 400 bilhões.
O equipamento doado ao Ceitec, avaliado em R$ 1 milhão, é capaz de reduzir o tempo de revisão de defeitos nos microchips em até 50 vezes, segundo Kispert. Outra vantagem é que, com o KLA-2132, a classificação dos componentes passa a ser realizada de forma mais precisa, em comparação com o trabalho realizado manualmente. Com ele, a inspeção será feita ao longo da produção, permitindo a remontagem das peças defeituosas, o que aumenta o rendimento e reduz os custos de fabricação.
Na segunda-feira (16), John Kispert visitou o Ceitec, em Porto Alegre (RS), onde será instalada uma fábrica de circuitos integrados, até o fim do ano. A unidade será a única na América Latina voltada para a fabricação em escala comercial dos circuitos integrados.
Prestes a se transformar em empresa pública, vinculada ao Ministério da Ciência e Tecnologia, por meio do projeto de lei do Executivo 2468/07, aprovado na Câmara dos Deputados em 27 de maio, o Ceitec ainda atua como associação civil. A mudança de estatuto favorece a garantia de recursos, até que o centro se torne auto-suficiente, o que deve ocorrer nos três primeiros anos a partir da formação da empresa.