A Oi anunciou que pretende captar aproximadamente R$ 11 bilhões para a compra da Brasil Telecom (BrT). A cifra representa cerca de 85% dos R$ 13 bilhões que a empresa estima que gastará com a operação, o que inclui a compra do controle e as ofertas obrigatória e voluntária de aquisição dos papéis dos acionistas minoritários. O restante do dinheiro virá do caixa da companhia.
Os R$ 11 bilhões serão captados em três etapas e de fontes distintas.
A primeira foi anunciada esta semana: R$ 4,3 bilhões em cédulas de crédito bancário (CCBs) do Banco do Brasil, ao custo de CDI + 1,8% ao ano. A segunda etapa será a captação de R$ 3,6 bilhões em notas promissórias junto aos bancos Santander, Bradesco e Itaú, ao custo de CDI + 1,6% ao ano e prazo de dois anos. Esta segunda etapa está em andamento e já foi registrada na Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
A terceira e última etapa consistirá em obter cerca de R$ 3 bilhões e deve acontecer até o fim de outubro. A Oi avalia as seguintes opções para essa etapa: lançamento de bônus no exterior; captação de empréstimos bancários no exterior; e tomada de recursos junto a organismos multilaterais.
Em comunicado enviado à imprensa, a Oi informou que "pautou a estruturação dos financiamentos em função das melhores condições em termos de custo e prazo" e que as duas primeiras etapas "foram precedidas de concorrência no mercado bancário com a participação de cerca de dez diferentes instituições financeiras, de origem nacional e internacional".
A dúvida do mercado no momento é o quanto as investigações da Polícia Federal sobre os negócios do Opportunity e o conturbado cenário político provocado por elas podem atrapalhar a compra da BrT pela Oi. Vale lembrar que o negócio depende de uma mudança no Plano Geral de Outorgas (PGO), o que requer um decreto presidencial.