O crescimento da adoção pelas operadoras da arquitetura IP Multimedia Subsystem (IMS), que possibilita combinar recursos de voz, dados e multimídia em uma única infra-estrutura, está fazendo com que as redes de telecomunicações incorporem cada vez mais aplicações de TI e, por conseguinte, trazendo uma série de desafios para as companhias. Se por um lado, a nova arquitetura possibilita que se tornem mais ágeis e rápidas na implementação de novos serviços, por outro lado, as teles se deparam com a necessidade de gerenciar com maior eficiência os projetos e recursos de TI, de modo a liberar mais recursos para as iniciativas estratégicas e de inovação.
?Hoje, com a implementação da arquitetura IMS, há cada vez mais estruturas de TI nas redes das operadoras, o que exige que promovam uma autêntica transformação na gestão dos seus recursos tecnológicos?, observa Cláudio Rangel, gerente de indústria de telecomunicações da HP Brasil.
De acordo com o executivo, a maioria das empresas, sejam elas de telecom ou de outro setor da economia, pecam por não ter uma política clara de gestão e ferramentas que possibilitem utilizar TI em seu pleno potencial. Uma prova disso, segundo Rangel, está em um estudo recente conduzido pela própria HP, o qual mostra que apesar de 99% dos CEOs e 86% dos CIOs acreditarem que tecnologia é fundamental para o sucesso de suas empresas, mas menos da metade dos CEOs (43%) e somente pouco mais que um terço dos CIOs entrevistados (38%) afirmaram que decisões de tecnologia são incluídas desde a concepção do planejamento estratégico.
Para Rangel, é crucial que as empresas avaliem o quanto dos custos de TI são para operação em relação ao despendido com inovação, para que possam ampliar a oferta de novos serviços e buscar novas receitas. Hoje, diz ele, 65% dos custos de TI de modo geral são destinados à operação, enquanto somente 10% são direcionados à inovação e novas funções. Para reforçar esse dado, o executivo cita uma pesquisa da IDC a qual mostra que os custos operacionais crescem até três vezes mais que os custos de inovação. ?Hoje existe uma dicotomia entre as áreas de TI e de engenharia [que cuida da rede] nas empresas, além de uma série de setores que operam de forma independente, como o data center, o suporte etc., o que também contribui para o aumento dos custos?, ressalta.
Segundo o executivo, no novo cenário das redes IMS e diante da necessidade cada vez maior de atrelar a TI aos objetivos estratégicos de negócios, as companhias precisam operar com objetivos e métricas claros, com planejamento e gerenciamento do portfólio de projetos e a consolidação de todos os recursos possíveis, da infra-estrutura à informação.
Rangel aponta três vertentes que devem nortear a gestão de TI nas corporações e operadoras: a consolidação de servidores, a virtualização e a automação das operações. Hoje, diz ele, a tendência são os chamados lights-out data centers, que funcionam sem a intervenção humana, o que reduz os recursos dedicados à administração e manutenção dos servidores. ?Com os custos crescentes de operação, o que as empresas puderem economizar e transferir isso para a inovação pode fazer muito diferença?, enfatiza Rangel, acrescentando que 90% do problemas nos data centers são decorrentes de erros das pessoas, além de ser o custo que cresce mais rápido.
Para promover essas transformações, no entanto, o gerente de indústria de telecom da HP ressalta que, além de políticas, métricas claras e ferramentas, as companhias têm de saber onde querem chegar. ?Parece simples, mas não é?, finaliza ele.