O uso da Inteligência Artificial (IA) para a vigilância e segurança patrimonial é um caminho que todas as empresas possivelmente irão percorrer, em algum momento, nos próximos anos. O mercado de IA para vigilância em vídeo já valia US$ 5,74 bilhões em 2023, conforme li em uma pesquisa da Grandview, que também projeta um impressionante crescimento ano a ano de 28,1% de 2024 até 2030.
Esta novidade já está permeando o dia a dia das pessoas nos mais variados aspectos e um deles é, sem dúvida, a proteção dos imóveis. Aliada ao uso de Internet das Coisas (IoT), a IA passa a ser interconectada ao sistema de segurança, gerando dados que vão desencadear análises e insights valiosos sobre a segurança de um ambiente.
Um exemplo prático disso é a utilização da IA para associar um comportamento a padrões de uma residência ou imóvel comercial. Em uma situação hipotética, se um morador chega em sua casa todos os dias às 20 horas e aos finais de semana geralmente viaja e não há movimentação de entrada e saída, um sistema automatizado com IA pode identificar se há entradas e saídas na madrugada de um dia útil ou em horários atípicos aos finais de semana. Além disso, as câmeras de vigilância conseguiriam identificar padrões diferentes na movimentação, armas de fogo na mão de pessoas que transitam pela residência ou mesmo transporte de bens de valores. É uma vasta análise de grande volume de dados, feita em segundos, para identificar padrões e tendências e tomar decisões com o mínimo de intervenção humana ou equívocos.
Estas e outras funcionalidades trazem benefícios como conforto e segurança aumentados, além de integrar objetos inteligentes facilmente, como fechaduras eletrônicas, sistemas de alarme ligados diretamente à uma central de vigilância, bem como a outros equipamentos que melhoram o conforto dos proprietários ou locatários de imóveis.
O fato da tecnologia estar progredindo faz com que muitos dos já existentes sistemas de segurança patrimonial também refinem suas atividades e se tornem cada vez mais seguros e eficazes.
Insisto em dizer, no entanto, que as centrais de vigilância que contam com apoio humano não deixarão de existir. Estas pessoas continuarão validando e alimentando a tecnologia com o que realmente é ou não uma ameaça à população. Até porque, conforme a tecnologia evolui, progride também a complexidade das ações dos invasores, portanto, tenho convicção que a presença humana sempre será a última barreira de segurança para complementar a tomada de decisão final.
A Inteligência Artificial, a meu ver, vem como uma forma de facilitar o trabalho destes especialistas, aumentando sua capacidade de ação, tornando a análise comportamental mais estratégica e auxiliando a tomada de decisão rápida e proativa em um momento de urgência, como é a violação de segurança ou invasão domiciliar.
Acredito, por fim, que os usos desta tecnologia são promissores e prometem potencializar a segurança patrimonial de uma maneira nunca antes vista, trazendo velocidade de ação, praticidade e diminuição de equívocos, o que potencializa ainda mais o conforto e a segurança da população.
Henrique Chimara, Diretor de Tecnologia e Projetos da Verisure.