Desde que o CEO Mark Zuckerberg anunciou a mudança do nome Facebook para Meta e divulgou sua visão do futuro para as relações sociais/virtuais, usuários, especialistas e imprensa de todo o mundo têm tentado entender como será essa nova realidade. Durante a Facebook Connect 2021, ele definiu o metaverso ainda de maneira "misteriosa", mas prometeu uma experiência mais atraente para os atuais 2,9 bilhões de usuários da rede social.
O metaverso já está na cabeça das pessoas e nas projeções das grandes corporações. Com isso, surge a promessa de uma revolução nas interações humanas mediadas pela tecnologia. Mas para garantir uma experiência adequada aos mais diversos setores da sociedade é preciso preparar o campo.
Além da consolidação do 5G e da democratização de acesso aos equipamentos de navegação do metaverso, a interoperabilidade é uma questão fundamental. É natural que nesse cenário surjam vários players pegando carona no mercado em ascensão. O problema está no fato de que cada uma dessas empresas busca experiência individual ao invés de atuação coletiva. O fenômeno de diversas companhias emplacando um metaverso próprio pode criar "ilhas" na nova plataforma.
Na prática, isso indica que pode ocorrer o mesmo que aconteceu com o Telegram, Wire ou Signal, que seguem em busca de usuários que não saem do WhatsApp, por exemplo. Contudo, o metaverso tem outra proposta para englobar muito mais aspectos da vida em sociedade do que os aplicativos de mensagem instantânea.
As experiências de realidade estendida ainda dependem da captura de uma série de dados pessoais para funcionar – fato que pode emperrar ainda mais a interoperabilidade. Esses dados incluem não somente elementos dos perfis pessoais e evidências de atividade e consumo, mas também informações de rastreamento de geolocalização, ambientes e movimentos necessários para o funcionamento de tecnologias imersivas. Sensores de atividades, câmeras, entre outros, são empregados para gerar a sensação de imersão dos usuários nesse sistema. Os dados, por sua vez, podem ser utilizados como identificadores biométricos, um tipo de informação pessoal considerada sensível, que exige mais cuidado e proteção jurídica.
Nesse contexto, as empresas que buscam oferecer experiências de negócios, vendas, educação e cultura no metaverso precisam ajustar os pontos, olhar para todos os possíveis desafios e projetar soluções à frente.
Para "viajar" perfeitamente entre espaços virtuais no metaverso, é preciso criar estratégias colaborativas sem deixar a questão da cibersegurança de lado. Isso permitirá que os produtos, serviços e outros elementos sejam utilizados em toda a plataforma, de forma fluida e segura, para explorar todas as possibilidades positivas desse novo universo em expansão.
Vagner Sobrinho, co-founder da Wiboo.