Regulamentação do BaaS pelo Banco Central do Brasil: impactos no mercado financeiro e na inclusão financeira

0

Branded content – O Banco Central deverá implementar, ainda este ano, regulamentações específicas para o Banking as a Service (BaaS), com o objetivo de estruturar esse ecossistema e padronizar práticas, para fortalecer a segurança cibernética e garantir a transparência, em conformidade com leis de proteção de dados, como a LGPD. A decisão caminha em linha com o crescimento da oferta de serviços financeiros via BaaS, que já tem transformado o mercado, possibilitando que fintechs e empresas de tecnologia ofereçam serviços bancários, e com o crescimento que o segmento ainda deve testemunhar nos próximos anos.

De acordo com uma pesquisa conduzida no final de 2023 pela Celcoin, infratech financeira especializada em potencializar negócios, o Banking as a Service expande de forma acelerada. O estudo, que avaliou o setor na América Latina e nos Estados Unidos, aponta que o mercado deverá crescer 615% até 2031, impulsionado pelo aumento de usuários de internet banking, pela crescente preferência dos consumidores por serviços online, e pela globalização do setor financeiro. O mercado, que movimentou US$ 12,2 bilhões em 2022, deve atingir US$ 87,4 bilhões em 2031, evidenciando a relevância de um arcabouço regulatório para suportar esse crescimento.

Impactos no mercado financeiro

A regulamentação do BaaS trará mudanças profundas para o mercado financeiro brasileiro, particularmente para fintechs e plataformas digitais que oferecem serviços bancários através de parcerias com bancos tradicionais. A principal consequência será a necessidade dessas empresas de ajustarem seus processos para estarem em conformidade com as novas exigências regulatórias. Isso inclui segurança cibernética, prevenção à lavagem de dinheiro e proteção de dados, elementos críticos para evitar fraudes e garantir a confiança dos usuários.

Um dos principais impactos da regulamentação será o aumento da confiança no mercado de BaaS, à medida que consumidores e investidores tenham a garantia de que os serviços oferecidos por plataformas não bancárias sigam padrões de segurança similares aos dos grandes bancos, o que elevará também a credibilidade dessas empresas e facilitará o acesso a produtos financeiros diversificados e acessíveis.

Oportunidades para a inclusão financeira

Um dos maiores benefícios trazidos pela regulamentação será o avanço da inclusão financeira no Brasil. O BaaS permite que empresas de setores diversos, como varejo e tecnologia, ofereçam serviços bancários sem a necessidade de uma licença bancária completa. Isso amplia o acesso a produtos financeiros, como contas digitais e cartões pré-pagos, facilita transações, e beneficia o gerenciamento financeiro de milhões de brasileiros, especialmente os que vivem em regiões mais remotas ou a parcela da população que tradicionalmente é excluída do sistema bancário.

Além disso, a regulamentação traz a expectativa de que, com a concorrência entre um maior número de players, haja uma aceleração no desenvolvimento de novos produtos, soluções e serviços financeiros, promovendo uma inclusão ampla e segura às populações sub-bancarizadas.

Segurança e proteção de dados

Outro ponto fundamental da regulamentação do BaaS está na questão da segurança cibernética. O uso intensivo de APIs para interligar bancos e empresas com serviços de BaaS exige uma camada robusta de proteção contra fraudes e ataques cibernéticos.

Além da proteção contra fraudes, o Banco Central trabalha em diretrizes rigorosas para garantir a integridade das transações e a proteção dos dados dos consumidores, alinhando-se à LGPD e outras normas internacionais, e práticas de compliance para prevenir crimes como lavagem de dinheiro.

Para muitas fintechs, startups e provedores de BaaS, o cumprimento das novas exigências regulatórias será um desafio, já que o movimento deverá exigir que eles adotem práticas rigorosas de Know Your Customer (KYC) e monitoramento de transações, garantindo que estejam em conformidade com as melhores práticas internacionais. É possível que as empresas menores enfrentem dificuldades em adaptar seus sistemas e práticas para atender às demandas – no entanto, aquelas que conseguirem superar essas barreiras estarão mais bem posicionadas para ganhar competitividade e conquistar a confiança dos consumidores.

Esse alinhamento com padrões globais permitirá que o mercado de BaaS no Brasil cresça de forma sustentável, fortalecendo sua relevância no cenário financeiro internacional. Além disso, proporcionará camadas adicionais de segurança para as transações diárias dos consumidores, ampliando a credibilidade e a confiança no setor.

Oportunidades de crescimento para fintechs

A decisão do Banco Central também abre um leque de oportunidades para as fintechs que buscam expandir suas operações através do BaaS. "A regulamentação do BaaS representa um marco para o mercado financeiro nacional. O Banking as a Service é fundamental para a inovação do setor financeiro, especialmente quando se trata de inclusão digital e, dessa forma, as fintechs e as empresas não financeiras poderão oferecer serviços bancários inovadores, agora com uma estrutura de segurança mais robusta e regulamentada", avalia Marcelo França, CEO da infratech financeira Celcoin, que já processa 200 milhões de transações mensais em parceria com mais de 6 mil clientes — incluindo bancos digitais, fintechs e grandes empresas, e desempenha um papel crucial neste ecossistema ao facilitar a abertura de contas, processamento de pagamentos, e emissão de cartões personalizados, permitindo que as companhias se concentrem em suas operações principais, automatizando processos e reduzindo custos.

DEIXE UMA RESPOSTA

Por favor digite seu comentário!
Por favor, digite seu nome aqui

This site is protected by reCAPTCHA and the Google Privacy Policy and Terms of Service apply.