EUA acusam China de espionagem virtual

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O governo americano acredita que a China está envolvida em atividades de espionagem digital para fiscalizar as comunicações feitas pela internet. Relatório publicado na quarta-feira, 17, por uma comissão governamental dos Estados Unidos afirma que as atividades chinesas têm o objetivo de obter segredos comerciais e militares do país e intervir diretamente nas atividades de empresas norte-americanas na China.
De acordo com o documento, de mais de 300 páginas, elaborado pela Comissão de Revisão de Segurança Econômica EUA-China (USCC, na sigla em inglês), a operadora estatal de telecomunicações China Telecom desviou todo o tráfego de dados destinado a cerca de 15% dos destinos da internet para seus servidores durante 18 minutos em abril deste ano. O objetivo, segundo o órgão, ainda não está claro, mas uma investigação para apurar se houve intenção de vigilância ou não deve ser iniciada "em breve".
A comissão do governo americano foi criada em outubro de 2000 com o intuito de examinar as implicações de os EUA manterem relações comerciais com a China. À época, a preocupação do governo americano era com a possibilidade de espionagem industrial ou ainda com o vazamento de segredos militares. Agora, ao que indica o relatório, o foco das atenções das agências de inteligência americanas está na existência de um plano deliberado de espionagem virtual, tanto das comunicações feitas por pessoas físicas quanto por empresas e até células militares, instituída pelo regime comunista chinês.
Mesmo sem poder atribuir formalmente a responsabilidade à China Telecom, o documento da USCC especula que o "sequestro de dados" faz parte de uma prática de exploração e espionagem de computadores e redes de comunicações virtuais, possivelmente patrocinada pelo governo chinês. O relatório afirma, no tópico intitulado "As atividades da China afetam diretamente os interesses de segurança dos EUA", que o país, antes considerado atrasado tecnologicamente pelo governo americano, hoje apresenta avanço "surpreendente" nesse sentido, e as Forças Armadas e agências de inteligência devem considerar essa nova realidade com cautela.
Em declaração publicada em seu site, a China Telecom negou qualquer sequestro de dados ou desvio de tráfego de internet para seus servidores. O jornal estatal chinês Global Times, por sua vez, disse que as afirmações do governo americano "não fazem sentido, pois a imensa maioria do tráfego da internet passa por servidores instalados nos EUA".

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