Empresas do setor de manufatura nos países que compõem o chamado Bric (Brasil, Rússia, Índia e China), que utilizam software ilegal, geram perdas de US$ 1,6 bilhão aos concorrentes que trabalham de forma honesta utilizando softwares originais. Entre os BRICs, a China é o país responsável pela maior cifra (US$ 837 milhões), seguido pela Índia (US$ 505 milhões), Brasil (US$ 186 milhões) e Rússia (US$ 115 milhões). Os dados são parte de um estudo que aborda o impacto econômico causado pela pirataria de software em 17 mercados, encomendado ao instituto de pesquisa Keystone Strategye pela Microsoft, que faz parte do Dia do Jogo Limpo (Play Fair Day). A iniciativa global busca enfatizar a importância do uso do software original às empresas e consumidores, além de informar os benefícios do software legal e promover o respeito à propriedade intelectual.
De acordo com o estudo, na China, por exemplo, fabricantes que respeitam a lei ao utilizar software genuínos e licenciados podem sofrer um impacto da ordem de US$ 837 milhões motivado pela concorrência desleal, que corta custos ilegalmente e usa softwares piratas. Esse prejuízo se revela na oportunidade de empresas piratas aumentarem indevidamente seus lucros e ampliarem os investimentos em seus negócios. As empresas afetadas poderiam reinvestir o dinheiro, por exemplo, para construir 66 novas plantas fabris, comprar 12 mil máquinas ou contratar 217 mil novos funcionários.
A pesquisa destaca que o Brasil conta com cerca de 900 mil PCs licenciados em empresas que atuam legalmente, um número bastante alto que representa 36% dos PCs legais da América Latina. Segundo o estudo, software piratas e ilegais têm remunerado criminosos e reduzido as oportunidades de emprego e de inovação do país. Com o montante desviado pela pirataria no Brasil, seria possível empregar cerca de 20 mil profissionais. O combate à pirataria poderia aumentar ainda mais a participação do setor de TI na economia.
Ainda de acordo com a pesquisa, a injustiça oriunda da pirataria cria mais de US$ 2,9 bilhões de desvantagem competitiva por ano para empresas da América Latina, Europa Central e Ocidental e a região da Ásia-Pacífico. Nos cinco anos do ciclo de vida aproximada de um software, empresas dos BRIC perderão mais de US$ 8,2 bilhões para seus concorrentes desleais.