Não restam dúvidas de que a tecnologia foi uma importante aliada, se não, vital, para apoiar a crise socioeconômica vivida em nosso país com a pandemia do coronavírus. Esse impacto pôde ser sentido, diretamente, a partir do momento que as pessoas precisaram ficar em casa e executar suas funções remotamente, por meio do modelo home office.
Milhares de empresas precisaram se adaptar às novas rotinas, muitas instituições de ensino, por exemplo, não estavam preparadas para transformar seu ensino em um modelo online, nem tampouco professores estavam prontos para os desafios que a tecnologia colocaria no planejamento das aulas.
Por conta disso, o setor de TI ganhou peso e uma importância maior para as empresas, que passaram a pensar em processos que pudessem aumentar a produtividade da área e melhorar seu desempenho, reorganizando, alterando ou desfazendo rotinas que não agregam mais, principalmente com a retomada das atividades após a flexibilização da quarentena.
Um importante ponto de partida para essa ação é o alinhamento da área de tecnologia com a estratégia da organização, entendendo, primeiramente, quais são os novos processos adotados pela empresa e, principalmente, pela área de tecnologia.
Dentre os aspectos a serem considerados e avaliados por gestores está a adaptação da arquitetura de sistemas com os novos modelos de negócio, ou seja, trabalhar com a redefinição da infraestrutura em novos ambientes, como o híbrido ou online.
Essa ação permite uma maior flexibilidade para aumento ou redução de demandas, pode gerar um aumento representativo da produtividade e agilidade na entrega de projetos, fornece subsídios para repensar o modelo de segurança utilizado, além de apoiar a criação de equipes ágeis, autodirigidas e que estejam ligadas a um desenvolvimento contínuo e automatizado, potencializando as inovações com base nas necessidades atuais do mercado.
Nessa reestruturação, avaliar os equipamentos é essencial para que a área de TI seja reorganizada e entregue bons resultados. É vital considerar também uma avaliação do uso do sistema de gestão, ou diagnóstico do ERP, para que garanta a integração entre áreas e processos e potencialize a performance da empresa.
Outra questão a ser considerada na hora de reorganizar a área de TI é a renegociação de contratos de telefonia móvel, que podem gerar uma redução significativa de custos com infra. Como o momento vivido é de crise, essa diminuição de gastos torna-se essencial, tanto para recuperação financeira, como para definição de novos investimentos.
Nesse mesmo sentido, serviços de conexão de internet também devem ser reavaliados. Como nem toda a capacidade contratada chega até a empresa, visto que o marco regulatório brasileiro isenta as operadoras de entregarem 100% da banda e coloca um "piso" de 40% da velocidade adquirida, é importante considerar quais planos de internet agregam eficiência sem exceder o limite de gastos.
Com relação à segurança da informação, também há algumas questões que podem atrapalhar o trabalho da gestão de TI, o que deve ser ajustado assim que identificado. Vazamentos e falhas na segurança podem ocorrer, tanto pelo lado máquina quanto pelo lado humano.
Pelo lado máquina, o uso de um VPN e antivírus podem auxiliar, mas é interessante reforçar a segurança de dados com criptografia, armazenamento em nuvem e atualização constante do ERP.
Pelo lado humano, as informações vazam voluntária ou involuntariamente e se a empresa não estiver preparada para lidar com as fragilidades expostas, o desempenho da gestão de TI fica comprometida, bem como as outras equipes que estão, por ventura, recebendo esse suporte da tecnologia.
Outro ajuste que pode ser considerado é o de suporte à área, o qual deve ser repensado levando em conta as vantagens de terceirizar essa equipe e, assim, reduzir ainda mais os custos, já que a manutenção de uma equipe interna de suporte de TI requer, muitas vezes, investimento no treinamento da equipe e capacitação dos colaboradores para as funções que devem ser exercidas.
Todo esse reajuste do setor de TI pode reduzir, em média, 30% dos custos para as empresas, e, considerando a importância que a área ganhou durante a pandemia, é fundamental repensar seus processos e infra, adequar suas rotinas e estruturar a área para que apoie por completo a gestão e gere ainda mais resultados.
Alan Lopes, CEO da CRM Services.