A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) abriu, na semana passada, dois procedimentos de investigação envolvendo a Positivo Informática. Um deles diz respeito a supostas irregularidades e o outro refere-se à dúvidas no balanço trimestral.
A CVM, que disse que não poderia fornecer detalhes sobre o processo, faz a ressalva de que a existência da investigação não significa necessariamente que haverá a abertura de um processo administrativo contra a empresa.
O órgão regulador do mercado de capitais brasileiro também já havia questionado a Positivo por três vezes a respeito das supostas negociações de venda. A empresa respondeu que sempre considerou propostas de interessados em qualquer tipo de associação, mas negou que exista uma proposta formalizada, o que acabou se confirmando na quinta-feira, 17, com a declaração da Lenovo ao jornal britânico Financial Times, afirmando que chegou a fazer uma proposta à fabricante brasileira de computadores, mas que decidiu rever e adiar a proposta, sem revelar a razão da desistência.
A Positivo Informática confirmou no fim da noite desta quarta-feira, 17, que recebeu uma oferta de compra por parte da Lenovo, cuja proposta foi de R$ 18 por ação. No entanto, segundo a empresa, ela foi rejeitada pelos acionistas (veja nota nesta edição).
De todo modo, a empresa terá dificuldades para viabilizar uma possível venda, já que seu estatuto possui uma cláusula, chamada de "poison pill" (pílula de veneno), segundo a qual qualquer acionista que adquirir uma posição acima de 10% do capital terá de realizar uma oferta de aquisição de todos os papéis, pelo valor mínimo equivalente à maior cotação em bolsa nos últimos 24 meses.
Procurada pela reportagem de TI INSIDE Online, por meio de sua assessoria de imprensa, a empresa não havia retornado a ligação até o encerramento desta edição.
- Abertura de processo