A Apple está se unindo com a estatal China UnionPay, que detém o monopólio sobre todos os cartões de pagamento em iuan emitidos e usados no país, para levar seu serviço de pagamento Apple Pay para a China no ano que vem, assim que for foi liberado pelos órgãos reguladores chineses.
A entrada do Apple Pay na China vai colocá-lo na disputa direta com o WeChat Payment, da Tencent, e o Alipay, do Alibaba Ant Financial, a maior empresa no mercado de pagamentos online na China. No ano passado, o Alibaba afirmava deter 82,3% do mercado de pagamentos móveis não bancários na China. Já o WeChat Payment, serviço de pagamentos móveis do aplicativo de mensagens chinês que conta 600 milhões de usuários ativos, é uma plataforma com 10 milhões de apps de terceiros, incluindo muitos no espaço de pagamentos.
A China UnionPay opera o sistema de processamento e compensação de pagamentos em iuans feitos por meio de cartões bancários e cartões de crédito e a liquidação interbancária da China. Emissora de cartões de crédito, a empresa tem 5 bilhões de cartões em circulação e 6 milhões de estabelecimentos comercias credenciados em todo o país. Somente nos três primeiros meses deste ano, a UnionPay processou US$ 1,9 trilhão em pagamentos.
A China é vista como um mercado-chave para os serviços de pagamentos, uma vez que deverá ser o maior mercado de cartões bancários em 2020 e está apenas iniciando abertura para novos operadores. A Visa e a Mastercard, por exemplo, começaram a construir suas infraestruturas no país neste ano. O Banco Central chinês começou a aceitar pedidos de novas redes de liquidação — incluindo as estrangeiras — em junho.
O anúncio da parceria entre a Apple e a UnionPay surge poucos dias depois de a estatal chinesa divulgar o fechamento de um acordo de parceria com a empresa de pagamentos britânica, Powa, para desenvolver um aplicativo de pagamentos.