Conceituados especialistas do mercado dizem que nos próximos dois anos ainda sentiremos os efeitos da crise iniciada nos Estados Unidos. Em tempos magros e de recessão à vista, empresas de todos os setores começam a enxugar seus custos operacionais e fazer cortes de despesas. E, é claro, rever seus processos, visando manter o "Caixa" saudável; avaliar ou re-avaliar suas estratégias, planejamento de crescimento e planos de meta.
Neste momento crítico e decisivo da economia global, o investimento na área de TI pode ser uma oportunidade de crescimento e de sustentabilidade para as companhias, pois suas ferramentas, juntamente com a governança corporativa, exercem as atribuições fundamentais na identificação dos projetos que trarão mais objetividade, eficácia e competitividade à organização.
Sem descuidar do planejamento de médio e longo prazo, a revisão dos processos da empresa serve como balizadora em suas ações estratégicas. Permite também tomar medidas certeiras de realinhamento neste período de incertezas. O cenário da crise nos faz supor que, por um longo período, as operações no mercado serão enxutas e de menor margem de lucratividade.
Não esqueçamos também que, enquanto os países desenvolvidos são os maiores atingidos pelo efeito em cadeia, os emergentes que compõem o Bric – Brasil, Rússia, Índia e China – passam a ser o foco dos investimentos internacionais. Por isso mesmo, devemos observar cuidadosamente quais ações deverão ser prioritárias, quais as secundárias e quais aquelas que vão nos manter no mercado por muitos anos.
Na crise, as decisões de investimentos nas empresas voltam a ser tarefa árdua. A área financeira, por sua vez, direcionará seus esforços às atividades que têm impacto direto nos resultados, como vendas, controle de desempenho e custos. Processos com informações confiáveis e transparentes possibilitam o aprimoramento da eficiência das organizações.
Recente pesquisa divulgada pelo Grupo GFT, fornecedor de soluções inovadoras em Tecnologia de Informação, de nível internacional, revela que, mesmo com a economia abalada, as organizações reconhecem a importância do contínuo investimento em TI. É quase certo que muitas empresas estrangeiras mantenham seus aportes financeiros na capacidade de aumento da produtividade. O estudo mostra também que itens como transferência de conhecimento, disponibilidade global de profissionais competentes e flexibilidade no atendimento serão decisivos para o crescimento das demandas de serviço em 2009. Ainda segundo a análise, a terceirização será a grande meta das empresas. É previsto que, até 2010, um quarto dos profissionais das maiores companhias globais sejam terceirizados.
A revisão e o mapeamento dos processos demonstra a transparência dos negócios, acelerando a avaliação de necessidades com sistemas de gestão em tempo real, informações mais acessíveis em curto prazo para tomadas de decisões executivas e a integração da cadeia de fornecedores. Por isso, as soluções de TI passam a ser responsáveis pela definição do que é relevante e importante para a saúde da empresa. O rigoroso controle dos custos e investimentos, dos estoques, das compras, dos ativos e do desempenho financeiro, cada vez mais, torna-se a base das soluções corporativas.
Outros efeitos do atual momento econômico são a criatividade, o incentivo à inovação e a necessidade de agir preventivamente. Nesse campo, a TI é excelente aliada na identificação, classificação e planejamento das ações que possam afetar os rumos da empresa. Quando as companhias precisam fazer mais com menos, as soluções integradas, refletindo seus processos de negócio, passam a ser mais prementes.
Os efeitos colaterais gerados pelo sistema financeiro permanecerão por um longo período e, durante o processo de recuperação da economia, vencerão aqueles que souberem ver na crise as oportunidades de negócio.
*Edmilson Rosa é consultor de gestão de processos, especialista em governança de TI e diretor da P2HE.