Como já era esperado pelo mercado, a Kodak entrou com um pedido recuperação judicial, a fim de reorganizar seus negócios e evitar a falência. Às voltas com séria crise de liquidez, ela fez o pedido de concordata na Corte Sudoeste do Distrito de Nova York. Paralelamente, a companhia elaborou um plano de reestruturação que visa "monetizar propriedades intelectuais e resolver passivos financeiros". A estratégia será concentrar o foco nas linhas de negócios mais rentáveis.
Recentemente, a Kodak recorreu a um financiamento de US$ 950 milhões do Citigroup, com prazo de 18 meses, para aumentar a liquidez e o capital de giro. O empréstimo está sujeito à aprovação da Corte de Nova York.
Desde 2003, a companhia fechou 13 fábricas, 130 laboratórios e demitiu 47 mil empregados. No mesmo período, segundo informa, o segmento digital gerou US$ 3 bilhões em receita, por isso, este será o foco para tentar ressuscitar o negócio. A Kodak esclareceu ainda que a unidade nos Estados Unidos e as suas subsidiárias em outros países irão honrar todas as obrigações com seus fornecedores. O vice-presidente da consultoria FTI Consulting, Dominic DiNapoli, foi nomeado executivo-chefe da reestruturação.
A Kodak foi fundada em 1888 na cidade de Rochester, em Nova York, por George Eastman, criador do filme fotográfico. Na semana passada, a empresa moveu ações judiciais por quebra de patentes contra a Apple e a HTC, na tentativa de gerar receita com a propriedade intelectual.
Quebra de patentes
Essa política da Kodak foi confirmada na quarta-feira, 18, com a abertura de outro processo por violação de patentes, desta vez contra a Samsung, na Corte Oeste do Distrito de Nova York. Na ação, ela acusa a fabricante coreana de utilizar cinco tecnologias, relacionadas à captura de imagens em câmeras digitais, transferência e configuração de arquivos de câmeras digitais para computadores e interface de aparelhos fotográficos. De acordo com a empresa, mais de 30 companhias licenciaram as tecnologias em questão, entre elas a LG, Motorola e Nokia.